A companhia aérea Voepass entrou, nesta terça-feira (22), com um pedido de recuperação judicial. A medida é anunciada após a suspensão de operações da empresa, há mais de um mês, e a demissão de parte do quadro de trabalhadores, neste mês.
Em março, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinou a suspensão das operações da empresa em caráter cautelar, após constatar a violação das condições para que as operações seguissem dentro dos padrões de segurança adequados.
Em resposta, a Voepass afirmou, na ocasião, que “sua frota em operação é aeronavegável e apta a realizar voos seguindo as rigorosas exigências de padrões de segurança”.
Um mês após a suspensão das operações, a Voepass anunciou, a demissão de “parte do quadro” de trabalhadores, incluindo tripulação, aeroportuários e pessoas de áreas de apoio. Sem divulgar o número de desligamentos, a aérea afirmou que a medida visava “readequar seu quadro de funcionários à nova realidade”.
Com sede em Ribeirão Preto, no interior paulista, a empresa está sob rígida fiscalização da agência desde que, em agosto do ano passado, um avião seu caiu sobre um condomínio residencial em Vinhedo (SP), causando a morte de 62 pessoas.
Demissões e reestruturação financeira
Quando promoveu demissões, a Voepass explicou que passava por uma “reestruturação financeira”, tendo ajuizado um pedido de tutela preparatória em fevereiro deste ano. A situação foi agravada pela interrupção das operações pela Anac, que “provocou um impacto direto no caixa da companhia”, segundo o pronunciamento.
“A companhia está adotando todas as medidas necessárias para demonstrar sua capacidade operacional para restabelecer seu Certificado de Operador Aéreo (COA) pela Anac, com o objetivo de retomar suas atividades o mais breve possível”, diz a empresa. Diante desse cenário, complementa que a malha aérea encontra-se sob revisão e análise frequentes, que consequentemente tem impacto direto na quantidade de pessoas que emprega.
Imagem: Agência Brasil