A rede varejista Havan decidiu suspender “por ora” sua oferta inicial de ações (IPO, em inglês), de acordo com comunicado da empresa. A companhia pretende voltar com a oferta em “momento oportuno”. É a segunda vez que a empresa do polêmico empresário Luciano Hang desiste de fazer um IPO.
Mais cedo, o pedido de registro de companhia aberta da Havan aparecia como “indeferido” no portal da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Pouco antes do fechamento deste texto, a empresa informou que “voluntariamente” pediu a suspensão do registro.
“A Companhia, por ora, adia a intenção de realizar sua Oferta Pública Inicial de Ações, que será retomada em momento oportuno e devidamente informada ao mercado”, ressalta comunicado nesta segunda-feira (23).
Em agosto do ano passado, a Havan chegou a entrar com pedido na CVM, buscando ser avaliada em R$ 100 bilhões, segundo fontes que acompanharam as conversas na época.
Dois meses depois, desistiu do processo, que foi retomado em março de 2021, agora com a empresa buscando ser avaliada na casa dos R$ 70 bilhões. Mas os investidores estavam dispostos a pagar múltiplos bem menores, que avaliavam a varejista perto de R$ 50 bilhões.
Hang é ardoroso defensor do presidente da República, Jair Bolsonaro, e, para tentar viabilizar a oferta, chegou a levar há alguns meses um grupo de gestores em suas lojas, para conhecer o modelo de operação.
Um diretor de um banco de investimento avalia que o modelo de negócios da Havan é “extremamente rentável, você goste ou não de Luciano Hang e com números auditados”. Mas este executivo reconhece que o maior desafio da Havan é a “personalidade polêmica do controlador”, especialmente neste momento em que Bolsonaro vem atacando instituições.
Com informações Estadão Conteúdo (Altamiro Silva Junior)
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