A empresa de donuts norte-americana Krispy Kreme vai iniciar operação no Brasil em abril, com a abertura de uma “loja-teatro” na Avenida Juscelino Kubitschek, em São Paulo. A vinda da Krispy Kreme para o Brasil acontece por meio de uma joint venture com a rede de conveniência AmPm, da Ipiranga, que terá exclusividade na distribuição do produto fora de lojas da marca.
Com 600 metros quadrados em dois andares e um drive thru, a loja vai abrigar uma fábrica com capacidade para 50 mil donuts por dia a olhos vistos.
A ideia com a exposição do processo produtivo é inculcar no consumidor a opção das rosquinhas de massa açucarada frita com coberturas variadas, fabricadas no dia do consumo.
Essa primeira unidade contará com um totem com a inscrição “Hot Now” que, uma vez aceso, indica a preparação de uma fornada naquele momento.
Estratégia
Segundo o presidente da joint venture, Paulo Calil, essa primeira loja vai funcionar sozinha por tempo indeterminado, até passar a irradiar, em um segundo momento, a produção para lojas AmPm nos postos de abastecimento de São Paulo e outras lojas próprias.
“Esse é o modelo que a Krispy Kreme usa para implementar a marca em outros países. Se associa a operadores locais para ter capilaridade, mas antes instala uma loja-teatro com cozinha aberta para que o consumidor veja o processo”, diz Calil, ao citar as parcerias da marca com outras redes pelo mundo, como Wall Mart, Tesco e 7-Eleven.
“Quando eu fizer a expansão (para os pontos de distribuição), o cliente já vai ter na cabeça que o donut é o que ele viu ser fabricado quentinho naquele dia”, continua.
Para o Brasil, diz o executivo, a empresa também estuda “tropicalizar” sabores com ingredientes do gosto nacional, expandindo o tradicional cardápio de 11 opções, além do tradicional Original Glazed.
Parceria equilibrada
Calil e Renato Stefanoni, presidente da AmPm, não revelam o porcentual das partes no negócio, mas dizem que a sociedade é “bem equilibrada”. Os executivos também não abrem o investimento, mas afirmam ser “significativo”, em linha com o potencial do mercado e devido à infraestrutura da loja, com mais de 100 empregados diretos, e a futura logística de distribuição.
Estão nos planos novas lojas-teatro em São Paulo e, depois, outros estados, na medida em que a cadeia de distribuição para lojas não produtoras e AmPm dê conta dos volumes produzidos. “Num futuro muito próximo também vamos operar com delivery”, completa Calil.
Stefanoni lembra que a rede com cerca de 1.450 lojas AmPm no Brasil, sendo mais de 500 em São Paulo, oferece bom horizonte de crescimento para a Krispy Kreme no Brasil.
Da parte da Ipiranga, além do novo negócio em si, o objetivo é agregar valor à sua rede de conveniência, notabilizada por parcerias com marcas como Pizza Hut, açaí Oakberry, cachorro-quente Nathans Famous, cookies Mr. Cheney, café Starbucks, entre outras.
“Isso tem reflexo direto no volume de venda de combustível. O motorista sabe que só vai encontrar determinado produto nos postos Ipiranga e isso pesa na decisão”, diz Stefanoni. “E dessa vez a gente foi além, porque não é só uma parceria exclusiva, a gente (AmPm) se associou de fato à Krispy Kreme”, conclui.
Grandes Números
Com 88 anos de existência, os donuts Krispy Kreme estão em 40 países, com mais de 17,5 mil pontos de venda. O faturamento anual da companhia em 2024 foi de US$ 1,66 bilhão (R$ 9,5 bilhões).
Já a AmPm faturou R$ 2,14 bilhões em 2024 com as 1.450 lojas presentes em um a cada quatro postos Ipiranga.
Com informações de Estadão Conteúdo
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