O assunto de hoje é a transformação nas organizações, com destaque aos novos modelos de gestão e estruturas organizacionais modernas. Estruturas essas prontas para agir rapidamente e atingir os objetivos do negócio.
O fato é que vivemos um momento de transformação nas empresas, de transformação ágil e, principalmente, de convergência. Ao invés de uma organização concebida como máquina, uma organização ágil, como um organismo vivo. Sem espaço para o modelo tradicional fundamentado na hierarquia top down, controles e burocracia. Estamos falando de organizações onde lideranças, nos modelos mais modernos, possuem foco na estrutura ideal de trabalho e em criar valor para os consumidores. E esses times são constituídos para terem uma visão e atuação de ponta a ponta dos processos.
Essa transformação segue alguns princípios da metodologia “Agile”. Essa metodologia surgiu nos projetos de desenvolvimento de softwares. O objetivo principal é trazer os benefícios ágeis em gestão de projetos para a administração da empresa e assim responder rapidamente às mudanças que são exigidas pelo mercado e pelos consumidores.
Existe até um manifesto com valores fundamentais dessa metodologia, onde:
- Os indivíduos e relações devem ser priorizados em relação aos procedimentos e ferramentas;
- O funcionamento é mais importante que documentação ou regras abrangentes;
- A colaboração e o relacionamento com os clientes são mais importantes que contratos;
- A capacidade de resposta às mudanças está acima de um plano pré-estabelecido.
Para nós, esses valores fundamentais impactam basicamente no modelo de gestão, nos processos e indicadores de desempenho, que, de longe, são os conhecidos e habituais. Podemos traduzir as características da transformação ágil em:
- Estratégias como ponto de partida para atender de maneira surpreendente o consumidor e suas necessidades criando valor, ou seja, focadas nas necessidades do cliente e não em áreas ou departamentos;
- Modelo de gestão processual, ou seja, orientado a processos e não departamentalizado. Com processos eficientes, ágeis e simples de ponta a ponta (P2P);
- Grupos multifuncionais de tarefas e com hierarquia mínima. Os chamados squads (pelotões), que são células autônomas;
- Empoderamento das pessoas permitindo agilidade na tomada de decisão e resolução de problemas;
- Estratégias de engajamento de pessoas e não de controle;
- Valores compartilhados;
- Indicadores alinhados a estratégia da organização controlando o que realmente importa.
Complemento este artigo com a síntese da 13th annual State of Agile survey. Nesta pesquisa houve um engajamento de mais de 1.300 empresas participantes que já adotam a metodologia ao redor do mundo. Em relação a origem das empresas, 47% são da América do Norte, 30% da Europa, 10% da Ásia, 8% da América do Sul, 3% da Oceania e 2% do continente africano. Outro dado importante é que somente 25% das empresas são do setor de tecnologia, demonstrando que a prática “Agile” já está sendo usada em outros segmentos.
É fato que as organizações estão percebendo os benefícios na adoção da metodologia. Vejamos quadro abaixo:
Apesar disso, a grande maioria dos entrevistados (83%) disse que sua organização estava abaixo de um alto nível de competência com práticas “ágeis”, revelando ainda mais oportunidades de melhoria através do suporte ao treinamento e coaching.
Em relação a metodologias “ágeis” mais utilizadas pelas organizações, Scrum e Scrum / XP Hybrid são as mais comuns.
Esse relatório deixou cinco dicas principais para o sucesso na adoção em escala da metodologia. São elas:
- Ter coaches internos na metodologia “ágil”
- Contar com patrocínio do executivo líder
- Fornecer programas de formação para a equipe
- Possuir práticas e processos consistentes
- Implementar uma ferramenta comum
Se quiser ler o relatório completo clique aqui.
É reconhecida a necessidade de acelerar a velocidade de entregas de trabalhos com alta qualidade e a ênfase na satisfação do cliente. Isso exigirá ajustes na cultura organizacional, habilidades das equipes e ferramentas para permitir a gestão e medição de todo o fluxo.
Neste sentido, os KPIs (indicadores de performance) e respectivas metas merecem um pouco mais de detalhes, pois são essenciais para controlar essa revolução na gestão, bem como conectá-la com a estratégia da empresa. A tradicional metodologia para definir KPIs chamada SMART – Specific, Measurable, Attainable, Relevant e Time-bound – na tradução para o português: específico, mensurável, atingível, relevante e com prazo definido para realização.
Existem mudanças também nos tradicionais painéis de controle. Onde a gestão à vista é mandatória e o mais importante, em tempo real.
Especificamente no varejo e impulsionado pela omnicanalidade, os tradicionais indicadores estão sendo substituídos por novos, que passam pelo nível de satisfação dos clientes até experiências em loja por metro quadrado. Ou seja, a transformação já é uma realidade.
E a pergunta que não quer calar: sua empresa está pronta para se tornar “agile” ou vai esperar a concorrência sair na frente?
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