Calvin Klein passa a operar estoque com inteligência artificial e big data

Com histórico de inovações tecnológicas, a marca otimiza o inventário e se prepara para fazer compras automáticas

A Calvin Klein adotou uma plataforma de gestão inteligente para otimizar o estoque das lojas e aumentar as vendas. A ferramenta une recursos de inteligência artificial e big data a um sistema de otimização da cadeia de distribuição. A operação ocorre a partir de uma base histórica de movimentação de entrada e saída de produtos e realiza o monitoramento contínuo e diário dos itens disponíveis.

“As lojas não precisam ter tantos produtos nas prateleiras, pois sabemos exatamente os itens que elas precisam. Indicamos, diariamente, para cada loja, a real necessidade de reposição de cada peça”, resume Marion Wenger Cantieri, gerente de planejamento comercial da Calvin Klein.

De acordo com a executiva, esse panorama detalhado permitiu mudanças importantes. “As lojas não precisam mais ficar tão abarrotadas de produtos. O ambiente ficou mais leve, com uma oferta mais adequada de cada item”, conta ela.

A marca possui 14 lojas próprias, mais duas em fase de aquisição de franqueados, 13 outlets, mais de 40 franquias e um outlet franqueado. Além disso, tem um histórico de inovação, desde aceitar bitcoins como forma de pagamento ao uso de realidade aumentada e promoção de ações para personalizar a experiência de clientes.

Equipe liberada

Com o uso da nova tecnologia foi possível migrar boa parte do excesso de estoque para o centro de distribuição, de onde o envio da mercadoria aos clusters de lojas é mais eficiente e racional. “Concentramos os envios por região com um abastecimento rápido e preciso”, conta Marion.

Outro impacto importante ocorreu na melhor utilização da equipe, composta por dois analistas – um para produtos de outlets e outro para e-commerces e produtos full price (aqueles aos quais não são dados descontos). “Agora, eles podem se dedicar aos produtos das novas coleções, já que a ferramenta faz automaticamente as sugestões mais inteligentes de reposição de itens para corrigir prováveis rupturas de vendas”, explica a gerente.

Para um futuro próximo, a Calvin Klein planeja implementar novos módulos na nuvem. “Ainda não usamos todo o potencial da Onebeat [a plataforma adotada pela empresa]. Estamos implantando as novidades passo a passo, colhendo os frutos em cada etapa”, informa. Segundo ela, os números obtidos foram muito comemorados internamente. “Por terem sido tão bons, eles nos permitiram conquistar a confiança da diretoria para a implantação de futuros módulos e funcionalidades”, acrescenta.

Projeto em construção

O módulo na nuvem sugere automaticamente as compras futuras que fazem sentido a cada estação. Enquanto a primeira fase do sistema se centra apenas na reposição de produtos em estoque, a próxima etapa determinará o que comprar, tendo em vista a base de dados de cada loja e o comportamento de vendas de cada produto.

“Esse é um projeto em construção. Temos que ter uma boa base de informações – histórico de vendas detalhado, incluindo o resultado de cada produto, cor a cor, e tamanho a tamanho, nas mais diversas regiões do país, loja a loja”, detalha. Segundo ela, a ideia é trazer muito mais precisão nas compras futuras. “Nosso objetivo é comprar nem a mais, nem a menos”, resume.

Best Friday

A gerente conta que a marca limita os descontos promocionais de novembro a uma semana, em uma ação de Best Friday. Segundo ela, a ideia é aproveitar a temporada para trazer antigos consumidores de volta às lojas e para o e-commerce, renovando o contato e o engajamento com a marca.

A ação busca, entretanto, o equilíbrio para não canibalizar margens ou impactar a marca negativamente. “Optamos por promoções pontuais. Decidimos por dar descontos adicionais àqueles itens de coleções sazonais que estão com excesso de estoque”, informa.

A marca também tem a tradição de ofertas de Cyber Monday, ao final de novembro. Cantieri adverte, contudo, que é preciso calibrar essas ações para que elas não interfiram com o abastecimento de produtos para o Natal, uma data ainda mais importante na tradição da Calvin Klein.

Retail-tech israelense

A Onebeat é uma retail-tech israelense que usa inteligência artificial e big data como ferramenta para trabalhar dados e aprimorar o fluxo de produtos entre lojas e os centros de distribuição.

A startup afirma que a sua plataforma promove um aumento de 30% nas vendas, com retorno do investimento (ROI) do varejista em curto período de tempo. Ainda segundo a Onebeat, os estoques podem ser reduzidos em até 60%, sem prejuízo às vendas.

A companhia gerencia mais de 55 mil pontos de venda e um valor de estoque superior a R$ 60 bilhões. No Brasil, onde está desde 2018, possui uma base de mais de 30 grandes redes varejistas, nos segmentos de moda, eletro, farma, aftermarket, alimentos e bebidas, homecenter, reposição de peças do setor automobilístico e mercado de luxo.

“Nossos algoritmos monitoram o comportamento do consumidor nas lojas e no e-commerce e indicam quantos e quais itens devem ser entregues em quais lojas, tudo em tempo real”, garante Igor Melo, Country Manager da Onebeat no Brasil.

Além da Calvin Klein, entre os principais clientes atendidos pela startup no País estão Aramis (moda), Víssimo (bebidas), Pague Menos (farma), Cassol (homecenter) e Vivara (jóias).

Imagem: Shutterstock

Redação

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