O Magazine Luiza deverá aumentar os investimentos, desejando ampliar sua participação de mercado este ano. A empresa tem capital para isso e deve focar em atrair novos vendedores e novas categorias ao seu marketplace. Outro plano deverá ser a expansão das operações de crédito.
“Apesar de termos crescido tanto no ano passado, ainda achamos que podemos crescer mais no futuro, principalmente em função do caráter de exponencialidade do marketplace, que tende a ser cada vez mais relevante para o crescimento da companhia”, afirmou o diretor-presidente da Magazine Luiza, Frederico Trajano, em teleconferência com analistas sobre o balanço.
Na véspera, a rede varejista divulgou alta de 14,5% do lucro no quarto trimestre, para 189,6 milhões de reais, com crescimento forte das vendas e diluição de despesas. No ano, a companhia lucrou 597 milhões de reais, superando em 54 por cento o resultado de 2017.
“Vibramos com esse resultado, principalmente porque foi um ano com macroeconomia longe do potencial que o Brasil tem de crescimento… Olhando para frente, pela primeira vez em três anos, nós teremos isso a nosso favor”, disse Trajano, ao ser questionado sobre as perspectivas para 2019.
No próximos meses, um dos principais desafios da companhia será aumentar a frequência de compras de clientes, em especial no aplicativo. Atualmente, o app conta com 6 milhões de usuários ativos, contou o executivo, acrescentando que 30 a 40 por cento dos clientes o desinstalam depois de efetuar compra. “Por isso, trabalhamos para deixá-lo ainda mais leve”, afirmou.
De acordo com o executivo, o objetivo é se inspirar no modelo do aplicativo chinês WeChat, transformando o app da rede varejista em um Super App, com a inclusão de novos serviços. “Nossa ambição é que o consumidor consiga fazer tudo dentro do ambiente do aplicativo, mas temos vários anos para chegar ao nível que a China está hoje”, disse.
Trajano ainda descartou a criação de um modelo de assinatura similar ao “Prime” da gigante norte-americana Amazon.com. “Nenhum programa pago desse vingou aqui no Brasil e não pretendo copiar esse modelo… Tem várias plataformas que conseguiram crescer fora do Brasil sem aplicar esse modelo da Amazon”, afirmou o diretor-presidente.
Em relatório, analistas da Guide Investimentos consideraram o balanço do quarto trimestre forte, destacando o crescimento acelerado no ecommerce, a diluição das despesas operacionais, além da redução do endividamento líquido e melhora no capital de giro. “Continuamos otimistas com a empresa, que continua a mostrar evoluções significativas”, escreveram.
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