Com a missão de reduzir impactos ecológicos negativos através da tecnologia, inovação e sustentabilidade, as cleantechs (abreviação de “clean technology” ou “tecnologia limpa”) estão só começando, mas já ocupam uma brecha importante num mercado cada vez mais preocupado com as metas de ESG.
Mapeamento realizado em 2021 pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups), com o apoio da EDP Brasil, mostrou que, apesar de embrionário, o segmento já tem cases de relevância, além de oportunidades claras para novos empreendedores.
De acordo com o levantamento, são 102 cleantechs ativas em todo Brasil, sendo que a maioria (39%) atua no segmento de ar e meio ambiente. Ou seja, tecnologias que mitigam o impacto de substâncias poluentes ao meio ambiente. Logo em seguida estão aquelas que trabalham com energia limpa (26,5%) e as que oferecem soluções em eficiência (19,6%).
Ainda segundo o mapeamento, a maioria das cleantechs (54%) atua no mercado B2B, principalmente em São Paulo, que é o Estado com maior representatividade do segmento. Embora a média de tempo de fundação das cleantechs seja de 3,2 anos, um percentual considerável de 17,7% tem mais de 5 anos no mercado. Isso mostra que há cases com mais relevância e maturidade e explica o número representativo (33,3%) de startups que estão na fase de tração do negócio.
O levantamento também mostra que se trata de um mercado em desenvolvimento, o que fica claro pelos números financeiros das cleantechs. Segundo o estudo, 67,3% das startups mapeadas ainda não receberam nenhum investimento. Outra pesquisa citada no mapeamento – realizada pela EDP, em parceria com a Abstartup, FGV, UFRJ e Statkraft – mostra que a maioria das cleantechs (37,3%) ainda não recebe nenhum valor sobre suas atividades, sendo que 39% operam no vermelho.
“Esse aspecto traz mais dificuldade para a operação e crescimento dessas novas empresas em um mercado de investidores avessos ao risco ou que demandam rápido retorno, ou seja, não significa que as cleantechs são inviáveis, mas que seus ciclos de desenvolvimento podem ser mais demorados quando comparados a outros tipos de startups”, comenta Rafael Marciano, gestor de Inovação da EDP Brasil.
Oportunidades
O mapeamento da ABStartups também apontou algumas oportunidades no segmento das cleantechs. Entre elas, o potencial dos segmentos de ar e meio ambiente e Energia Limpa. De acordo com o levantamento, essas foram as categorias que mais apareceram em fase de ideação e validação (quase 50% para cada), o que pode ser interpretado como “um reflexo da necessidade do mercado e portanto, oportunidades de negócio para as startups”.
Além disso, o estudo traz 5 tendências e oportunidades de negócio para os próximos anos. Veja cada uma delas:
Energia renovável: obtida por meio de fontes que não geram grandes impactos ambientais negativos e não podem ser exauridas.
Digitalização: tecnologias desenvolvidas para facilitar a gestão de dados.
Eletrificação: substituição de combustíveis fósseis por eletricidade.
Economia circular: modelo de produção sustentável que atua com a eliminação de desperdícios.
Descarbonização: redução da necessidade de combustíveis fósseis e CO2.
Com informações de Varejo com Causa.
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