Varejo alimentar deve encerrar 2024 com um crescimento nominal de 5,4%

O desempenho destaca a resiliência e relevância do setor, que representa 10,84% do PIB

O varejo alimentar brasileiro deve encerrar 2024 com um crescimento nominal de 5,4%, alcançando R$ 1,27 trilhão em faturamento, segundo a Scanntech. O desempenho destaca a resiliência e relevância do setor, que representa 10,84% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, estimado em R$ 11,721 trilhões para o ano.

“Nos últimos meses, vimos uma desaceleração no crescimento de volume devido ao descolamento da inflação, que se tornou o principal fator do aumento no faturamento. Esta dinâmica deverá se manter no início de 2025, considerando a continuidade do cenário inflacionário impulsionado por commodities afetadas por fatores climáticos, variações cambiais e também pelo o equilíbrio de demanda e oferta no mercado interno e externo”, avalia Thomaz Machado, CEO da Scanntech.

Composto por diversos PDVs do varejo alimentar, como mercados, supermercados, hipermercados e atacarejos, o levantamento, baseado em dados coletados automaticamente de mais de 45 mil check-outs conectados via API à plataforma, aponta a inflação como o principal motor de crescimento no último trimestre de 2024.

“A diferença entre o crescimento da renda média nominal e da inflação resulta na variação do poder de compra dos consumidores. Após estabilidade do 1º semestre, este começou a ser impactado negativamente a partir de julho de 2024, com a aceleração dos preços. Este impacto é ainda maior nas classes mais baixas, que destinam maior parte da renda aos alimentos que foram uma das principais alavancas de inflação no período”, destaca Priscila Ariani, CMO da Scanntech.

Gastos com alimentação

Seis em cada dez consumidores afirmam que os gastos com alimentação são os mais pesados do orçamento. Os dados são do estudo “Consumidor do Amanhã 2024”, realizado pela Mosaiclab.

A pesquisa, conduzida com 2 mil brasileiros acima de 18 anos, das classes ABCD, mostra que, além da alimentação, contas de luz (50%) e água (34%) também pesam no bolso.

“O cenário econômico atual tem um peso significativo nas decisões de consumo dos brasileiros. Com a inflação pressionando os preços de itens essenciais, como alimentos e energia, e o aumento das dívidas e taxas de juros, os consumidores estão mais focados em manter o básico”, ressalta Karen Cavalcanti, sócia-diretora da Mosaiclab.

As pressões econômicas afetam todas as classes sociais, limitando o consumo em outras áreas. Gastos com saúde têm um impacto maior no orçamento das famílias de classes mais altas, sendo 44% na classe A e 35% na classe B, comparado a 33% da média geral.

Imagem: Shutterstock

Redação

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