Um relatório lançado pela WPP e Kantar apontou a Amazon como a marca mais valiosa do mundo, com valor estimado em mais de US$ 315 bilhões. O “Ranking BrandZ das 100 marcas globais mais valiosas de 2019” apontou algumas transformações importantes que estamos hoje assistindo no mercado de forma geral.
O primeiro ponto é que se em rankings anteriores empresas como Coca-Cola, McDonald’s, Disney, entre outras, eram figuras presentes, há hoje um novo cenário. Essas marcas têm perdido cada vez mais protagonismo para as que estão evoluindo a partir de empresas de tecnologia, se transformando no que chamamos de ecossistemas.
Entre as dez mais estão empresas como Apple e Google, que figuram como 2ª e 3ª mais bem colocadas no ranking, além das chinesas Tencent e Alibaba, por exemplo.
Não que não haja crescimento em marcas mais tradicionais, mais focadas em produtos e serviços específicos, mas é surpreendente o crescimento que as empresas que conseguiram expandir seus horizontes conquistaram. A principal conquista dessas marcas é terem conseguido se tornar presentes, e, por vezes, até essenciais no dia a dia de seus consumidores.
Um americano que decida usufruir do ecossistema da Amazon pode realizar uma série de tarefas ao longo do dia com algum ponto de contato com a marca. Da hora que acorda, usando um despertador Echo Dot, ao caminho para o trabalho, onde pode ler um livro, assistir um vídeo ou escutar uma música nas plataformas da marca, usar aplicativos para um dia de trabalho em um tablet da linha Fire, lembrar de comprar algo e pedir para o assistente de voz não somente comprar, como mandar entregar em casa, ou se preferir, ir até uma unidade do Whole Foods e fazer as compras que deseja pessoalmente.
O dia de um chinês que utiliza as comodidades de um sistema do Alibaba pode não somente ser trazer opções similares, como ser utilizado como meio de pagamento para quase tudo, inclusive serviços públicos, como ônibus e trens, ou usado como meio de identificação.
Há cerca de dois ou três anos, comentei em um artigo que talvez o próximo passo do tal do Omnichannel seria algo maior do que os limites da marca, analisando os primeiros passos que essas empresas estavam dando no mercado. Na época, chamei o conceito de Omnibrand, ou Onimarca, em um conceito melhor traduzido ao nosso idioma, em marcas que se tornariam, tal como hoje, onipresentes na vida do consumidor.
É um novo começo, uma nova era para as marcas, sem nenhuma dúvida. O desafio é como as empresas mais tradicionais irão se comportar nesse mercado. Se vão buscar, enquanto ainda tem poder de manobra, um novo posicionamento, ou se vão placidamente assistir os próximos capítulos.
Há espaço para todos, mas para as marcas que desejam permanecer em patamares maiores, ou atingir grandes ambições, acredito que é necessário um novo mindset.
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