Mesmo que você escolha não usar blockchain no seu negócio pelos próximos anos, é importante que alguém, dentro da sua empresa, se concentre nesse tema e aprenda tudo sobre ele. Esse profissional será a pessoa que, muito em breve, poderá traçar um cenário totalmente disruptivo para a companhia. O alerta é do estrategista de blockchain da FedEx, Dale Chrystie. Ele participou, nesta quinta-feira (25), da 5ª edição do evento “Quando os presidentes se encontram”, promovido pela Gouvêa Ecosystem em parceria com o BRI (Blockchain Research Institute) Brasil.
Dale Chrystie admite que o tema não é dos mais fáceis, e que, passados cinco anos desde que começou a ganhar destaque, uma pergunta ainda é recorrente: “o que é blockchain?” Ele mesmo dá uma definição para o sistema que permite rastrear o envio e recebimento de dados pela internet: “Blockchain é uma tecnologia, mas não é apenas isso. É algo que traz autenticidade e proveniência para os produtos. Muda algo que era subjetivo para objetivo”, define.
O executivo afirma que a tecnologia tem o potencial de transformar cadeias de suprimentos. “Vamos conseguir acompanhar os produtos desde a matéria-prima até o pós-entrega. Seja o relógio Rolex ou a bolsa Gucci, tudo será rastreado em toda sua jornada.”
Dale Chrystie cita outro exemplo prático, este ligado ao tema do momento, a vacinação contra a Covid-19. “Hoje quem é vacinado recebe um comprovante em papel. Mas isso na verdade não prova nada. Houve gente que fraudou certificados de vacinação. Mas, quando você conecta dados de matéria-prima, fabricação, transportador, fronteira, local, hospital, injeção e certificado, é possívle provar que a vacina foi dada de forma eficaz e confiável.”
Programas de fidelidade
O evento “Quando os presidentes se encontram” contou com a participação, também, do blockchain project expert do BRI, Douglas Heintzman. Ele comentou como a tecnologia tem potencializado o relacionamento entre marcas e consumidores.
“Quando os cartões de fidelidade se tornam digitais, os fornecedores podem combinar os programas de fidelidade múltiplos e tratar os clientes de maneira holística”, disse. Segundo ele, com o blockchain será possível a criação de tokens por um grupo de empresas, que poderão captar os clientes e trazê-los para dentro do espaço.
Heintzman destacou que a gestão eficaz do cliente é fundamental, mas que a identificação é apenas a ponta do iceberg. As empresas que monitoram e detêm as informações dos usuários monetizam a partir desses dados e estão entre as maiores do mundo, como Facebook, Amazon e Tesla. “No mundo do blockchain, eu tenho domínio sobre meus dados e vou expor para as pessoas com as quais eu tenho contato. Elas vão me recompensar por eu dar acesso aos meus dados”, disse.
Por Aiana Freitas e Larissa Féria
Imagens: Envato e Divulgação