Após dois anos de queda, os chamados eco-actives, consumidores mais comprometidos com a sustentabilidade na América Latina, voltam a crescer, representando 18% da população em 2023. Isso compõe um mercado de US$ 15 bilhões na compra de bens massivos de consumo, segundo levantamento “Sustentar para ganhar: Desvendando práticas ecológicas para alcançar o crescimento de marca”, da Kantar.
O estudo indica que lares menores, em breve, podem superar os lares maiores em práticas ecológicas. Isso se deve ao fato de que 35% dos lares com apenas uma ou duas pessoas são classificados como eco-actives pela Kantar na América Latina. Esse índice é ainda mais notável na Argentina, atingindo 52,7%.
“Nossa exploração sobre sustentabilidade mais recente não pretende ser uma mera nota de rodapé nas crônicas da jornada ambiental da América Latina. Ela aspira a ser um farol, trazendo à superfície diferentes pontos de referência para um caminho transformador que temos pela frente”, destaca Kesley Gomes, Latam director da Kantar.
Dificuldades enfrentadas
Diversos obstáculos dificultam que mais pessoas adotem práticas sustentáveis, criando um desafio significativo para a experiência de compra. Mesmo os eco-actives têm suas preocupações, especialmente sobre os preços dos produtos nesta categoria (70%).
Aém disso, existem outras barreiras, como a dificuldade em encontrar esses itens (61%) e a falta de informação (55%). Isso ressalta que mesmo os grupos mais engajados precisam de auxílio para entender o que estão adquirindo ou utilizando. O modo como os produtos são usados é um dos pontos cruciais na indústria atual, dado que o desperdício é fortemente desaprovado pelos consumidores. É essencial avaliar essas barreiras de forma interconectada.
“Os consumidores conscientes são uma força crescente que molda o futuro da indústria. Eles estão optando por marcas que se alinham aos seus valores. E se uma empresa consegue demonstrar um compromisso real com a gestão ambiental ou social, ela não apenas ganha uma venda, ganha confiança”, ressalta Kesley.
Isso sugere que os varejistas e fabricantes devem assumir um papel de liderança e orientar os consumidores. Eles desempenham uma função crítica no bem-estar do planeta como um todo. Isso é evidenciado pelo fato de que 50% dos latino-americanos buscam ativamente empresas que ofereçam maneiras de compensar seu impacto no meio ambiente e promover a diversidade, e 44% deixaram de comprar produtos devido ao seu impacto na natureza.
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