Um dos setores mais afetados pela pandemia de covid-19, o foodservice atingiu os níveis pré-pandemia no último trimestre de 2022, quando os consumidores tiveram um gasto de R$ 56,5 bilhões, segundo o estudo Crest, realizado em parceria com o Instituto Foodservice Brasil (IFB) e Mosaiclab. Os valores representam um aumento de 10% em relação ao mesmo período de 2021 e de 1% em relação a 2019.
Já o ticket médio saltou 8% no período, em relação a 2021, chegando a R$ 19,27, e o fluxo de visitação nos estabelecimentos aumentou 2%.
“O setor de foodservice foi um dos mais afetados pelas restrições impostas para conter o avanço da covid-19. Porém, o setor é altamente resiliente e vem comprovando que pode se ressignificar. Não haverá um retorno ao normal, mas sim novos comportamentos e novas expectativas, e os empresários estão se adaptando”, afirma Lucas Roberto, head de marketing do IFB.
As redes de restaurantes ampliaram seu espaço no gasto do setor em relação a unidades independentes e mostram o peso do ticket médio superior, já que representaram 17% do tráfego em 2022, e 23% do gasto.
Comportamento de consumo
As refeições noturnas ampliaram seu peso no tráfego do setor, enquanto o almoço segue abaixo de patamares históricos. Os finais de semana também ampliaram seu espaço no foodservice, sinalizando que o histórico consumo core tem como desafio não apenas a recuperação, mas também os novos hábitos do consumidor.
“Agora, a meta é trazer de volta antigos clientes e atrair novos, dentro da nova dinâmica de consumo. Observamos uma nova configuração, com novos desafios para o foodservice, mas, acima de tudo, vemos a capacidade de adaptação e reinvenção do segmento”, diz Roberto.
O delivery e os canais digitais consolidam seu espaço, facilitando a vida dos consumidores, mas pulverizando mais a concorrência. Em 2022, 16% dos pedidos foram feitos por delivery, enquanto esse número era de 9% antes da pandemia. Pedidos feitos exclusivamente via aplicativos cresceram mais de 1.000% em relação a 2016, e já são o dobro do pré-pandemia.
“Agora, a meta é trazer de volta antigos clientes e atrair novos, dentro da nova dinâmica de consumo. Observamos uma nova configuração, com novos desafios para o foodservice, mas, acima de tudo, vemos a capacidade de adaptação e reinvenção do segmento”, diz Lucas.
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