Falar de metaverso é falar do assunto do momento das Big Techs. Do Vale do Silício a Shenzhen, é uma das pautas dos investimentos. As empresas estão colocando suas fichas no protagonismo que esse novo mundo terá nas nossas vidas e nas organizações, e não é de hoje que isso acontece.
Para começar, vamos entender o que é metaverso, pois para muitos esse termo que está tão procurado no Google ainda é um mero desconhecido.
Metaverso, segundo a Wikipédia, é a “terminologia utilizada para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais. É um espaço coletivo e virtual compartilhado, constituído pela soma de ‘Realidade Virtual’, ‘Realidade Aumentada’ e ‘internet'”. É um universo digital totalmente imersivo, interativo e muito realista. É um espaço coletivo que recria experiências reais a partir da integração de várias ferramentas. É um ecossistema mais vasto, que pode incluir jogos e redes sociais.
De onde veio o termo metaverso? Ele se originou em um livro chamado Snow Crash, escrito em 1992 por Neal Stephenson. A obra tem uma pegada cyberpunk e fala do metaverso como uma espécie de sucessor evoluído da internet, com interação de avatares e muitas possibilidades de ações. O termo pegou e foi adotado pela indústria.
O primeiro experimento do metaverso no sentido da vida real foi com o Second Life, um game que foi um grande fenômeno das experiências virtuais lançado em 2003. Ele cumpria todos os requisitos do conceito metaverso, faltando só segurar as pessoas no mesmo lugar.
Atualmente, os games Roblox e Fortnite, nos quais os gamers interagem com o mundo inteiro por meio de avatares personalizáveis, são considerados pequenas demonstrações do potencial do metaverso.
Gigantes como o Facebook e Microsoft já declararam que estão investindo pesado no desenvolvimento de produtos metaverso, utilizando recursos como Realidade Virtual, Realidade Aumentada, Inteligência Artificial, NFT (tokens não-fungíveis) e blockchain. A Microsoft já lançou o Mesh, serviço que viabiliza as reuniões em holograma e que funciona com o HoloLens, óculos de realidade mista. Já o Facebook está testando o Horizon Workrooms, app usado nos fones de ouvido de realidade virtual Oculus Quest 2, que permite que as pessoas entrem em escritórios virtuais como avatares e participem de reuniões em real time. Todas essas são inovações focadas no mundo corporativo pós-pandemia.
O tema metaverso não está em alta somente nas Big Techs, mas também no mundo da moda e da publicidade. Em 2021, a marca Gucci lançou um tênis digital usando Realidade Aumentada que gerou bastante buzz no mercado. O Boticário criou uma loja-conceito virtual no jogo Avakin Life, onde os jogadores trocam pontos por “Botcoins” que se transformavam em recompensas no jogo.
O metaverso está sendo chamado do novo terceiro lugar. O primeiro é a nossa casa, o segundo é o nosso trabalho e o terceiro é o metaverso. Um espaço onde as pessoas trocam ideias e estabelecem relacionamentos. Ter um terceiro lugar para socializar fora de casa e do trabalho é crucial para o bem-estar, pois traz um sentimento de conexão e pertencimento.
A grande aposta agora é que os novos avanços tecnológicos permitirão um barateamento maior dos aparelhos de Realidade Virtual, atingindo um público maior. Além disso, a melhoria dos gráficos vai aumentar ainda mais o grau de realismo, atraindo as pessoas para criarem os seus avatares, interagirem com os amigos, fazerem compras, irem a reuniões, ao trabalho ou à escola.
Mark Zuckerberg disse que o futuro do Facebook está em ser uma empresa “metaverso”, um experimento da ficção científica, misturando Realidade Aumentada e Virtual com o mundo real. O Facebook anunciou investimento de US$ 50 milhões para construir seu próprio metaverso, que será utilizado nos próximos dois anos, mas ressalta que o desenvolvimento completo do seu universo virtual pode levar até uma década.
Um novo mundo está sendo construído e ele tem o propósito de buscar melhores experiências para os consumidores do mundo físico e digital, sem esquecer da segurança e da privacidade. O que será do metaverso ainda não sabemos, mas uma coisa é certa: a evolução passa não pela tecnologia em si, mas pelo que conseguimos criar a partir dela.
Este assunto circunda a interatividade e o engajamento das pessoas a diversas atividades, desde educativas às de advergames. Por isso, esta temporada de artigos sobre o tema será dividida em três grandes blocos. O primeiro dedicado à contextualização, o segundo a aplicações e implicações e o terceiro sobre tendências.
Estamos acompanhando o metaverso e tudo que vem junto com ele nessa nova rota de inovação e desenvolvimento desse grande mundo virtual que será o nosso novo ponto de encontros!
Vejo vocês no próximo episódio sobre metaverso!
Patricia B. Bordignon Rodrigues é Diretora de Marketing e Canais Benkyou.
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