Para entender o que pensam os empreendedores brasileiros, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) e o Sebrae se uniram mais uma vez e realizaram uma pesquisa qualitativa para identificar insights, boas práticas e demandas de franqueadores e franqueados atuantes e em potencial. O levantamento reflete, em grande parte, a visão de um universo que, de acordo com dados da ABF, envolve mais de 3 mil redes e de 191 mil operações.
A pesquisa será um dos temas debatidos na tarde desta sexta-feira, 28, na ABF Franchising Expo 2024, realizada no Expo Center Norte, na capital paulista. A maior feira de franquias do Brasil termina amanhã.
Entre as principais conclusões extraídas do grupo Potencial Franqueado, entre empreender sozinho ou ingressar numa rede, a maioria afirmou que um dos principais motivos para considerar o setor de franquias é o menor risco, pois já há um know-how estabelecido. Quanto aos franqueados, entre seus principais pontos de atenção, estão a gestão das finanças, das pessoas e do tempo.
No grupo de potenciais franqueadores, os respondentes consideram ingressar no franchising pelo custo da expansão ser menor e pela possibilidade de compartilhar a responsabilidade da gestão das operações. Já em relação aos franqueadores, o estudo indica que, para garantir o sucesso dos seus negócios, eles apostam na capacitação e no engajamento dos franqueados.
O levantamento foi realizado com seis grupos focais, totalizando mais de doze horas de discussão, no primeiro trimestre deste ano, conduzido pela empresa de pesquisa Meta.
“A ABF acompanha o setor desde sua fundação, em 1987, e este estudo foi importante para aprofundar alguns aspectos relacionados sobre o que pensam os empreendedores no País, nos trazendo conclusões qualitativas em profundidade”, destaca Tom Moreira Leite, presidente da ABF. “As discussões confirmaram algumas percepções nossas, mas trouxeram também surpresas, como a crescente troca de informações não apenas com a franqueadora, mas também entre franqueados e o impacto das tecnologias de comunicação no dia a dia das redes. Acredito que este estudo possa ajudar o setor a aprofundar seus relacionamentos e definir prioridades”, complementa Leite.
Para Décio Lima, presidente do Sebrae, as franquias funcionam como um modelo estruturado para quem deseja empreender. “A partir de parcerias importantes como esta, os pequenos negócios passam a ter acesso a conteúdos, orientações e informações mais focados em suas necessidades. Dessa forma, poderão saber como atuar melhor neste mercado e ainda ampliar os seus negócios, a partir de jornadas de conhecimento que disponibilizamos”, afirma.
Insights do estudo
O estudo revelou, ainda, que os potenciais franqueados estão mais criteriosos. Eles pesquisam mais, visitam e conversam com outros franqueados da rede, dão preferência às marcas que mais crescem e têm mais operações. Além disso, eles consideram na decisão do investimento os seguintes aspectos: retorno financeiro previsto, afinidade com o tipo de negócio, possibilidade de abrir o negócio em sua cidade, e se o modelo se encaixa no seu perfil.
Os potenciais franqueados ouvidos afirmaram, ainda, que consideram ingressar no setor de franquias por ser um modelo em crescimento no Brasil, por proporcionar mais segurança ao cliente devido à credibilidade da marca, oferecer suporte administrativo e operacional, ser mais barato do que abrir uma empresa sozinho e pelo fato de que a franqueadora já conhece o mercado e tem marca consolidada.
Entre os maiores desafios apontados por esse grupo de potenciais empreendedores para escolha de uma franquia estão: ser assertivo na avaliação do segmento, ter suporte por parte da franqueadora, manter a comunicação com a franqueadora, definir seu público-alvo, ter confiança na franqueadora e ajustar o capital disponível ao negócio almejado.
Quanto às boas práticas dos franqueadores com foco na expansão e capacitação dos franqueados, por meio do estudo foi possível identificar dez estratégias que os franqueadores disseram utilizar para tal:
- buscam a expansão via equipe interna;
- estimulam os franqueados para que se tornem multifranqueados;
- promovem a solidez dos canais de comunicação;
- gravam e buscam parcerias para treinamentos contínuos;
- capacitam a equipe interna da franqueadora;
- realizam acompanhamento in loco;
- promovem a troca de experiências entre os franqueados;
- produzem cada vez mais conteúdo;
- acompanham os avanços tecnológicos na comunicação; e
- instituem processos de controle de qualidade.
O estudo apresentou como conclusões gerais cinco principais pontos sobre o setor de franquias para franqueadores e franqueados, potenciais ou em atividade.
- Trata-se de um modelo de negócio que tende a crescer no Brasil;
- é um canal mais rápido para acelerar o crescimento da empresa e consolidar a marca;
- proporciona crescimento mais organizado e maior controle de qualidade;
- menor risco para empreender e mais segurança para o cliente; e
- educação, integração e alinhamento de valores e expectativas são a chave do sucesso do negócio.
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