O Ministério do Comércio da China afirmou nesta terça-feira, 29, que está disposto a apoiar a cooperação comercial normal com empresas dos Estados Unidos e que as tarifas prejudicaram as companhias aéreas chinesas e a Boeing. O anúncio acontece dias após as linhas aéreas do país receberem ordens para interromper o recebimento de aeronaves da fabricante norte-americana.
“A aplicação de tarifas pelos EUA impactou severamente a estabilidade da cadeia industrial global e da cadeia de suprimentos, interrompeu o mercado internacional de transporte aéreo e impediu muitas empresas de realizar atividades comerciais e de investimento normais”, afirmou o ministério, ao mencionar a possibilidade de um ambiente estável e previsível para o comércio e o investimento.
A Boeing é a mais recente grande empresa americana a ser pega no “fogo cruzado” da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Analistas afirmam que as tarifas elevadas tornam impraticável para a China importar aeronaves fabricadas nos EUA.
Desde que as entregas foram suspensas, a Boeing começou a transportar de volta aeronaves que antes eram destinadas a companhias aéreas chinesas.
HSBC, Adidas e Porsche
As três maiores empresas da Europa, HSBC, Adidas e Porsche, alertaram os impactos negativos das políticas comerciais e tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como potenciais entraves para os lucros, ao divulgarem seus balanços nesta terça-feira, 29.
O banco britânico citou, em documento oficial, que houve um aumento da perda de crédito esperada no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período em 2024, dada uma maior incerteza e deterioração nas perspectivas econômicas futuras por conta das tensões geopolíticas e tarifas comerciais mais altas. O HSBC também acredita que o cenário pode afetar a demanda por empréstimos.
Na mesma direção, o CEO da marca esportiva alemã, Bjorn Gulden, mencionou que em “um mundo normal” a empresa teria aumentado o guidance para o ano inteiro, mas a incerteza em relação às tarifas americana interrompeu o comportamento. “Embora já tivéssemos reduzido ao mínimo as exportações da China para os EUA, estamos de certa forma expostos às tarifas atualmente muito altas”, disse ao pontuar um possível aumento de preços nos produtos da Adidas.
Com informações de Estadão Conteúdo (Dow Jones Newswires e Isabella Pugliese Vellani).
Imagem: Shutterstock