A expansão da China in Box para cidades do interior e do sul do País e a digitalização do Spoleto são as apostas mais fortes do Grupo Trigo para os próximos meses. A holding tem mais de 600
restaurantes espalhados pelo Brasil e ampla atuação no setor de franquias.
No caso de China in Box, adquirida pelo Grupo Trigo no ano passado, atualmente existem 144 franquias em 24 dos 27 Estados brasileiros. Com o plano de expansão, a previsão é de 30 novos contratos ainda em 2022, o que equivale a um aumento de 20% da rede. A expectativa é mais do que dobrar o tamanho da China in Box nos próximos quatro anos.
“O China in Box sempre esteve à frente do tempo quando se fala em delivery. Hoje, 10% das vendas da marca se dão no salão e 90% no delivery. Juntamos esse negócio que tem uma competência clara para o delivery com as competências digitais do grupo, que tem um histórico de investir em empresas de tecnologia há muito tempo”, afirma o CEO do grupo, Tom Leite, em entrevista à Mercado&Consumo.
Durante a pandemia, o Grupo Trigo fez diversos investimentos em tecnologias para melhorar a performance de suas marcas, que incluem, ainda, Koni, LeBonton, Gendai e Gurumê. Investiu em uma empresa que desenvolve soluções tecnológicas para restaurantes, o que permite a medição dos movimentos dentro da cozinha e do tempo de entrega da comida, e na logtech Box Delivery.
Outro pilar do grupo que tem sido implantado no China in Box é o que Tom Leite chama de “evolução na oferta da comida”. “Em 2016 nós criamos uma escola de culinária no Rio de Janeiro para formar todas as lideranças do Spoleto em gastronomia. Estamos inaugurando em São Paulo, daqui a 60 dias, uma escola de culinária para formar todas as lideranças operacionais de China in Box em gastronomia”, conta.
“Spoleto 100% Digital”
O foco para o Spoleto, agora, é no modelo “Spoleto 100% Digital” ou “Spoleto 3.0”, lançado em 2020 como piloto no Shopping Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. Nesses restaurantes, a compra dos pratos é feita exclusivamente em totens de autoatendimento. Todas as novas unidades serão lançadas neste modelo.
“Invertermos a lógica em que o cliente interage com o cozinheiro, escolhe os ingredientes e paga. Nesse modelo de restaurante, o cliente começa pedindo pelo totem – mas a cozinha permanece aberta, porque essa é uma característica do Spoleto, ou seja, o cliente continua vendo os pratos sendo preparados na sua frente. O modelo tem duas linhas de produção, que permitem à marca, neste momento da volta do atendimento presencial, conseguir atender ao cliente de balcão, que se soma ao cliente do delivery, sem que haja uma experiência ruim para o cliente de balcão”, explica CEO do Grupo Trigo.
Assim, a ideia é aumentar a capacidade de atendimento ao público e a produtividade das operações no horário de pico de venda, principalmente entre 12h e 14h.
“Pré-pandemia, um Spoleto atendia tipicamente, no horário de pico, 80 clientes por hora. Com essa digitalização do restaurante, dobramos nossa capacidade de atendimento por hora. Além disso, o cliente do totem se engaja no programa de fidelidade de uma maneira mais fluida. O totem passa a ser o principal ponto de captura de dados transacionais, o que nos ajuda a criar réguas de relacionamento mais eficazes e melhores para os clientes.”
Segundo Tom Leite, já existem 29 restaurantes Spoleto no modelo 100% digital. Os indicadores mostram que eles têm faturamento médio 30% maior do que aquele do modelo tradicional e um custo de pessoal quatro pontos porcentuais mais baixo. A previsão é fechar o ano com 100 lojas Spoleto 3.0, das 330 existentes.
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