Neste fim de ano, uma série de varejistas decidiu adotar a inteligência artificial como estratégia para turbinar suas vendas. Segundo especialistas, a tecnologia está ficando mais madura em um momento em que os varejistas tradicionais enfrentam dificuldades para continuar relevantes. Hoje, a inteligência artificial já pode ajudar os compradores online de três modos:
- Recomendações personalizadas e baseadas nos gostos dos consumidores
- Chatbots (robô que conversa a partir de mensagens de texto) para ajudar a navegar pelo mundo virtual
- Sites que se moldam ao comportamento do cliente para torná-lo mais atraente
Exemplos que deram certo
A Cosabella, empresa italiana de lingerie, adotou um algoritmo que é turbinado pela inteligência artificial para testar rapidamente opções alternativas de design para o site – algo que pelos métodos tradicionais levaria muito tempo. Courtney Connell, diretora de marketing da Cosabella, diz que essa estratégia resultou imediatamente em um aumento das vendas de 35%. De acordo com ela, a companhia planeja agora usa a inteligência artificial em outras áreas do site e em campanhas de marketing. Courtney diz que o algoritmo permite que ela e sua equipe economizem bastante tempo e priorizem o aspecto criativo do marketing.
Dois dos usos mais tradicionais da inteligência artificial envolvem a busca visual (oferecendo aos clientes produtos similares a fotos que gostaram e baixaram no site) e recomendações personalizadas. No fim das contas, tanto varejistas como desenvolvedores de tecnologia esperam que os motores da inteligência artificial atuem como um experiente vendedor –compreendendo sutilmente quais aspectos são importantes para o consumidor e quais não são.
Já na Skechers, indústria de calçados, o cliente pode clicar em produto que gostou no portal e, em tempo real, o catálogo da loja busca identificar e oferecer estilos similares. “Isso ajuda a tornar a experiência da compra mais agradável”, diz Lara Diab, porta-voz da companhia.
Na loja de departamentos Nieman Marcus, os clientes podem tirar fotos de qualquer coisa que gostaram, como o tênis de um amigo, e o aplicativo da varejista vai apresentar as alternativas similares em seus estoques. “Em cinco anos, vamos considerar como padrão que, quando gostarmos de um produto, tudo o que vamos precisar é de uma foto”, disse Matt Bencke, presidente da Spare5, start-up que usa humanos para treinar motores de inteligência artificial.
Fonte: Folha de S. Paulo / Financial Times