“O atacarejo veio para ficar”, afirma executivo da JBS

“O atacarejo veio para ficar. É um movimento parecido como o do hard discount na Europa”. A afirmação é de Gilberto Tomazoni, presidente global de operações da JBS, que conta com fábricas e escritórios comerciais em mais de 25 países. Para ele, a pressão do formato sobre os supermercados se mantém devido ao preço inferior.  “O varejo sofre com a concorrência do cash & carry, e nós sofremos junto”, afirma o executivo.

A empresa destina a maior parte dos seus investimentos aos supermercados. Seja participando de ações conjuntas, seja disponibilizando promotores e outras ferramentas de trade marketing. Mas, para Tomazoni, o crescimento do cash & carry também impõe desafios para as indústrias. Entre os principais, está, por exemplo, oferecer o mix correto para cada formato, já que as necessidades são diferentes.

O executivo lembra que, no Reino Unido, a concorrência dos supermercados com o hard discount também é difícil. Lá, assim como acontece com os atacarejos no Brasil, as redes que operam esse formato crescem acima das demais. Pesquisa da Kantar Worldpanel identificou que a Aldi cresceu no Reino Unido 15,8% em 2015 e a Lindl, 14,4%. Já a Waitrose, que não é focada em preço, teve alta de 2,2% no ano passado.

“Em três anos, a participação de mercado do hard discount saiu de 3% para 10%”, afirma Andrew Nethercott, diretor de vendas e marketing da Moy Park, empresa que pertence à JBS. Com faturamento de 1,4 bilhão de libras (cerca de R$ 5,6 bilhões), a companhia atende esse formato, mas ainda tem nos supermercados tradicionais os principais clientes.  “Nas redes de hard discount, trabalhamos com apenas um SKU por categoria. As embalagens são menores e não há merchandising”, explica Nethercott.

Uma das maiores produtoras globais de aves, as marcas próprias (private label) representam 96% dos negócios da Moy Park. “Estamos entre os cinco maiores fornecedores de marcas próprias”, diz Janet McCollum, presidente da companhia. “Nossa parceria com os varejistas é muito forte. Temos a visão da categoria dentro do cliente, o que é importante, pois é o nome dele que vai no produto”, afirma a executiva.
Com 10 mil colaboradores, a empresa processa 5 milhões de frangos por semana. Já de perus, são 1,2 milhão ao ano, além de 200 mil toneladas de alimentos com valor agregado. Conta com 13 unidades na Irlanda, Irlanda do Norte, Inglaterra, Holanda e França.

Recentemente, a fábrica de Dungannon, na Irlanda do Norte, recebeu aporte de 2,5 milhões de libras. O valor inclui introdução de novas tecnologias, como o uso de robôs, que visam ampliar a eficiência da unidade. Além de atuar no setor de aves, a empresa também produz carne bovina, produtos vegetarianos e sobremesas.

A Moy Park foi adquirida no ano passado pela JBS, cujo faturamento global alcançou R$ 163 bilhões em 2015. A companhia, que nasceu em Anápolis (GO) em 1953, tem seus produtos comercializados em 150 países. Maior produtora de carne bovina do mundo, seu portfólio conta com marcas como Friboi, Swift, Seara, Pilgrim’s Pride, Rigamonti, entre outras.

*A jornalista viajou à Irlanda do Norte e à Inglaterra a convite da JBS

 

Redação

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