Ingvar Kamprad, fundador da IKEA, faleceu aos 91 anos de idade na Suécia. Ele fundou a companhia há 75 anos, em 1943, tornando-a aos poucos a maior varejista de móveis do mundo. Ele criou um conceito inovador: manter os preços baixos, vender móveis que os próprios clientes montam, por meio de diagramas com instruções fáceis, que possam ser entendidas por falantes de todas as línguas. Assim, seus móveis foram e são usados para decorar dormitórios universitários, pequenos apartamentos para donos da própria casa de primeira viagem, casas em todos os lugares, de Estocolmo a Xangai.
Ele começou a se dedicar ao comércio ainda criança, há 86 anos, quando revendia caixas de fósforo que comprava de uma tia na cidade, por um lucro ordenado. Sobre esse período, ele disse a um biógrafo oficial da corporação: “Ainda me lembro da sensação adorável”.
Kamprad se aposentou do conselho controlador da marca IKEA há cinco anos e começou a entregar o poder a um dos seus três filhos, Mathias.
Assim que morreu, sua vida passou a ser uma lenda. Ele era famoso por sua frugalidade. Chegou a visitar os mercados de produção de rua pouco antes de fecharem para obter o melhor preço e sacos de chá reutilizados. Por meio de uma série complicada de empresas interligadas, conseguiu reunir uma das grandes fortunas da Europa.
Um exemplo de sua engenhosidade é de como se vangloriava por ter enfrentado problemas críticos de abastecimento de matérias primas para a fabricação de móveis na Suécia, durante a década de 1960. Ele transferiu a produção para a Polônia comunista, mesmo que isso significasse o contrabando de itens essenciais através da Cortina de Ferro (como era conhecida a divisão da Europa em duas partes, a Oriental comunista e a Ocidental capitalista), como arquivos, máquinas e peças sobressalentes e papel carbono para escrever.
Kamprad nasceu em 1926, em uma família de fazendeiros do sul da Suécia. Ele usou as iniciais do próprio nome, do nome da fazenda (Elmtaryd) e da paróquia Agunnaryd, em Småland, uma província florestal.
Aos poucos ele entrou para o varejo, com os mais diversos tipos de produtos, desde jogos até peixes, decorações natalinas, sementes, bolas e lápis. Tudo por meio de um catálogo improvisado para pedidos por correspondência. Por meio da van que vendia leite, ele conseguiu os produtos para a linha de trem local.
Em 1950, Kamprad introduziu móveis produzidos por fabricantes locais. A linha era tão popular que ele decidiu se concentrar inteiramente em móveis de baixo preço. Os clientes queriam ver de perto o que estavam comprando e, em 1952, ele abriu o primeiro showroom da IKEA, na cidade de Älmhult (hoje uma das sedes da IKEA, onde existe um museu corporativo).
O fundador contou anos mais tarde “Naquele momento a base do conceito moderno da IKEA foi criado e, em princípio, ainda se aplica: em primeiro lugar, use um catálogo para convencer as pessoas a participar de uma exposição”.
Kamprad se mudou para a Suíça no final da década de 1970 para evitar o pagamento de impostos na Suécia, na época os mais altos do mundo. Ele voltou apenas depois que sua segunda esposa, Margaretha, morreu em 2011.
As autoridades fiscais suecas fizeram um inventário em 2013, que mostrava que o casal vivia bem e confortavelmente, mas não com opulência. Eles tinham dois carros: um Skoda 2008 e um Volvo 240 de 1993. A riqueza pessoal de Kamprad foi estabelecida em US$ 113 milhões, longe dos montantes de bilhões de dólares atribuídos a ele, nas listas das pessoas mais ricas do mundo, compiladas pela Forbes e outras publicações.
Funcionários da IKEA disseram que tais listas consideravam erroneamente os ativos da empresa como sendo pessoais. A IKEA é propriedade de uma base que a Kamprad criou, cujos estatutos exigem que os lucros sejam reinvestidos na empresa ou doados para instituições de caridade.
O mesmo inventário mostrou que, em 2012, Kamprad doou mais de US$ 20 milhões para causas filantrópicas.
*Informações retiradas do USA Today
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