A Marfrig conseguiu nesta segunda, 28, dar um passo decisivo para assumir a gestão da BRF, gigante de alimentos na qual detém 33% de participação. O fundador Marcos Molina foi eleito presidente do conselho de administração da dona das marcas Sadia e Perdigão e obteve a aprovação de toda a chapa proposta para o colegiado. O atual presidente do conselho do Santander Brasil, Sergio Rial, foi escolhido para a vice-presidência na BRF.
A eleição da chapa ocorreu após uma costura entre Molina e o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ) ao longo do fim de semana. Foi incorporado ao grupo o nome do ex-diretor do Banco Central Aldo Mendes como o representante da fundação. A Previ possui fatia de 5,26% na empresa e é sócia da companhia desde 1990.
‘Olhar de dono’
Há anos sem um controlador definido, a eleição do conselho por uma chapa indicada pela Marfrig mostra que a BRF poderá ser uma empresa com “olhar de dono”, segundo analistas de mercado.
Antes do avanço da Marfrig sobre a BRF via compras de ações na Bolsa, as empresas chegaram a anunciar um acordo de fusão, em 2019. O acerto criaria uma empresa global com mais de cem fábricas. No entanto, houve divergências sobre a gestão, e as empresas desistiram do negócio.
O avanço da Marfrig na BRF poderia ter sido ainda mais agressiva e não fosse a oposição da Petros – fundo de pensão da Petrobras –, que possui 5,26% da empresa. Em dezembro do ano passado, quando a BRF anunciou uma oferta de ações bilionária, a porta para a Marfrig aumentar sua posição ficou aberta.
Com informações de Estadão Conteúdo (Fernanda Guimarães).
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