A aprovação da Reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados já começa a trazer os primeiros reflexos para a economia. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) paulistano subiu 3,3% em julho, após quatro quedas consecutivas em 2019. A propensão de comprar algum produto financiado nos próximos três meses também registrou alta considerável de 11,6% ante o mês de junho, depois de duas baixas seguidas.
Entretanto, o Índice de Consumo das Famílias (ICF) ainda patina, com recuo de 3,2%, isso porque embora o consumidor esteja mais disposto a ir às compras, como apontaram as pesquisas acima, as instituições financeiras ainda seguram o crédito diante da inflação e do alto índice de desemprego no país. Dentro dos subíndices do ICF, pode-se observar que o acesso ao crédito sofreu queda de 5,1%.
De acordo com a FecomercioSP, diante das respostas do ICC, o consumidor faz uma avaliação mais macro da economia, enquanto o ICF está baseado em suas impressões do cotidiano, ainda complicadas diante das altas taxas de juros, inflação e desemprego. Os bancos, por sua vez, só devem liberar crédito quando houver queda nos índices de desemprego, para não correr o risco de elevação da inadimplência.
Ainda segundo a assessoria econômica da entidade, a próxima data comemorativa, o Dia dos Pais, será de “lembrancinhas”, como ocorreu no Dia dos Namorados. A expectativa é que as vendas do segundo semestre sejam impulsionadas entre os meses de novembro e dezembro, com as promoções da Black Friday e do Natal.
A Federação ainda recomenda aos lojistas oferecerem parcelamentos no carnê, tendo em vista a dificuldade dos paulistanos em conseguir crédito nas instituições financeiras, uma vez que a Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE) demonstrou interesse dos consumidores por financiamentos.
A expectativa da FecomercioSP é que a Reforma da Previdência seja aprovada no segundo turno na Câmara dos Deputados e passe pelo Senado. Dessa forma, será possível que outras medidas do governo para economia sejam acatadas, o que promoverá melhora nas contas públicas e deixará o país mais propício para receber investimentos, tanto internos quanto externos. Assim, o ritmo econômico do segundo semestre tende a ser melhor do que o do primeiro de 2019.
Contudo, a entidade aguarda por novos projetos, tanto da esfera federal quanto da estadual, que desburocratizem o ambiente de negócios e simplifiquem o pagamento de impostos, tal como a eliminação dos registros e obrigações acessórias e a utilização do valor faturado como base para cálculo, preenchimento e recolhimento dos tributos, a exemplo do que é feito na maioria dos países ou grupos de Estados desenvolvidos, como Estados Unidos, União Europeia, Canadá, Singapura, entre outros.
Para a Federação, o sistema tributário brasileiro atual gera sérios entraves ao desenvolvimento empresarial e à criação de novos empregos. Com essas mudanças, será possível que haja um ritmo mais forte de crescimento econômico para 2020 e passe dos 3% ao ano.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) paulistano obteve alta de 3,3% em julho, ao passar de 107,4 pontos para os atuais 110,9 pontos. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o ICC avançou 7,2%.
Entre os dois quesitos que compõem o indicador, o Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) registrou elevação de 3,8% e passou de 84,1 pontos em junho para 87,3 pontos em julho. Já o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC) subiu 3,1% – 122,9 pontos em junho para os atuais 126,7 pontos. No comparativo anual, ambos também registraram altas de 14,2% e 4,2%, respectivamente.
O Índice de Consumo das Famílias (ICF) recuou 3,2% em julho: de 94,5 pontos em junho para os atuais 91,5 pontos. Contudo, em comparação ao mesmo período do ano passado, registrou alta de 6,1%.
Os sete itens analisados sofreram retração, com destaque para Acesso ao crédito (-5,1%), que passou de 97,9 pontos em maio para os atuais 92,9 pontos. Isso significa que 38,7% dos paulistanos disseram estar mais difícil a obtenção de crédito para compras a prazo.
Assim, a segunda maior queda dos subíndices do ICF foi a de Momento para duráveis (-4,2%): 61,7 pontos em julho, ante os 64,4 pontos do mês anterior. Isso porque, embora os consumidores estejam dispostos a gastar mais, com menos crédito disponível não conseguem adquirir produtos com valores maiores, pois necessitam de parcelamento no cartão de crédito, carnê ou financiamento.
A Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE) apontou que, após duas quedas seguidas, a parcela de paulistanos que pretendem comprar algum produto financiado ou parcelado registrou alta de 11,6% – de 46,1 pontos em junho para os atuais 51,5. Na comparação com o mesmo período do ano passado, também houve elevação significativa (28%).
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