Ao ser sabatinado por empresários dos setores de comércio e serviços, o presidente e candidato à reeleição ao Planalto, Jair Bolsonaro (PL), disse nesta terça-feira, 30, que nunca interferiu no preço dos combustíveis e nem na Petrobras. “A gente não quer violentar mercado, não quer interferir”, afirmou no evento ‘Diálogos com Candidatos à Presidência da República’, organizado pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs).
Desde que assumiu, Bolsonaro já trocou o comando da estatal quatro vezes. Quando o comando estava nas mãos do general Joaquim Silva e Luna, Bolsonaro dirigiu ataques diretos a ele e sugeriu que havia interesses do militar e dos sócios majoritários da empresa no elevado preço dos combustíveis, que bateram recordes no meio do ano.
Em entrevista recente ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Castello Branco, ex-presidente da Petrobras, confirmou ter sido alvo de pressão direta de Bolsonaro, por meio de mensagens, mas o teor delas não tinha sido revelado.
Durante o evento, o presidente comemorou a queda do dólar nas últimas semanas e disse que a tendência é que esse cenário influencie diretamente no preço dos combustíveis. “Quero que o dólar continue caindo”, afirmou, completando que o cenário econômico é de deflação e, com isso, as taxas de juros também devem começar a cair.
Enfático defensor das privatizações, o presidente disse também que foi seu ministro da Economia, Paulo Guedes, quem o fez acreditar na iniciativa privada. “Eu era estatizante.”
Com informações de Estadão Conteúdo: Iander Porcella e Débora Álvares
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