O Nubank demitiu 40 funcionários nesta terça-feira, 31, e fechou a assessoria de investimentos. Os cortes não têm relação com a queda nos fundos de investimento que tinham debêntures da Americanas na composição e tiveram queda de rendimento após a crise financeira da varejista vir à tona. Esses ativos são geridos pela Nu Asset.
Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, as demissões têm relação com a estratégia da empresa e o cenário econômico. Porém, o foco do negócio em clientes de alta renda continua. No total, a empresa tem 70 milhões de clientes.
O fim da área de recomendação de investimentos não afeta os clientes que têm investimentos financeiros no Nubank ou na corretora NuInvest (antiga Easynvest).
O Nubank informou que o fim da área foi decidido após “cuidadosa avaliação” e que o serviço estava disponível para uma pequena parcela dos clientes. Quem tinha acesso a ele podia receber orientações sobre em quais ativos investir, em renda fixa ou variável, de acordo com o grau de risco de cada perfil e o prazo para o resgate.
“O quadro de funcionários do Nubank aumentou de 6 mil para 8 mil funcionários em 2022, e, conforme já anunciado, a empresa segue contratando, no ritmo adequado para seus planos de negócios em 2023”, informou o Nubank.
O Nubank não é o primeiro a demitir no mercado de investimentos, que ganhou força com a queda da taxa de juros registrada entre 2018 e 2021. Empiricus e XP, por exemplo, estão entre as empresas que fizeram cortes. Nem o mercado de influenciadores. Nathalia Arcuri, da Me Poupe, e Thiago Nigro, do Grupo Primo, também fizeram cortes de equipe.
‘Crescimento rápido’
No fim de 2022, em entrevista concedida ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o CEO do Nubank, David Vélez, afirmou que, ym ano depois de abrir o capital na Bolsa, o Nubank olha para trás e vê que aproveitou a última fase de um mercado convidativo para as fintechs na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse).
“O banco não precisava levantar tanto capital, mas o mercado estava tão atrativo que decidimos levantar muito mais do que precisávamos”, disse. O dinheiro foi suficiente, segundo ele, para capitalizar novas operações e até fazer aquisições.
Não muito tempo depois de tocar o sino em Nova York, Vélez afirma que as empresas de tecnologia foram de heroínas a vilãs do mercado de uma hora para outra, no primeiro trimestre do ano. Mas ele afirma que, no que diz respeito à qualidade do banco, nada mudou. “O Nubank continua oferecendo o melhor produto e, por isso, continuamos a crescer mais do que qualquer outro banco.”
Com informações de Estadão Conteúdo (Lucas Agrela).
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