O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, disse nesta sexta-feira, 10, que o banco está em “compasso de espera” nas negociações relacionadas à recuperação judicial da Americanas. Enquanto isso, preferiu provisionar 100% do crédito que tem direito a receber da varejista, em uma sinalização de que, neste momento, espera não ser pago. O Itaú fez movimento semelhante.
“Estamos em compasso de espera, para ouvir se há um fato novo”, disse ele em coletiva de imprensa. Lazari não citou a Americanas nominalmente. “Por enquanto, não há sinalização de como vai ser resolvido”, emendou.
Como tem mostrado o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), as negociações entre a Americanas e os bancos credores estão travadas, e a companhia deve recorrer a um empréstimo-ponte, com metade ou mesmo todo o montante concedido pelos três acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
Lazari disse ainda que o banco estimou o guidance para provisões contra a inadimplência neste ano considerando tanto os calotes de empréstimos antigos quanto o crescimento da carteira ao longo de 2023. Este ano deve ser, porém, de menor apetite de risco.
Acesso aos e-mails
Ao alegar que os e-mails de atuais e antigos executivos e conselheiros da Americanas estão armazenados em servidores de nuvem mantidos pela Microsoft, a defesa do Bradesco pediu ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que determine que a empresa de tecnologia apresente cópias das mensagens eletrônicas.
A Justiça do Rio de Janeiro, foro em que está a sede da Americanas, se recusou a cumprir na sede da companhia um mandado de busca e apreensão expedido pelo tribunal paulista. “Nessa senda, muito embora a sede estatutária da Americanas, como sabido, fique na capital do Estado do Rio de Janeiro, (..), é fato sabido que os e-mails institucionais da companhia ficam armazenados também nos servidores de nuvem cuja manutenção, em tese, cumpre à Microsoft do Brasil”, diz a peça.
A defesa do banco, feita pelo escritório Warde, pede que o TJ paulista envie ofício para que a Microsoft deposite os dados em juízo ou permita que a Kroll, empresa escalada para a perícia, retire cópias de todos os e-mails que fazem parte do escopo da produção de provas.
Com informações de Estadão Conteúdo: (Matheus Piovesana)
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