Um dia após a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) determinar a suspensão das vendas de pacotes flexíveis pela agência de viagens Hurb, a empresa iniciou um processo de demissão de cerca de 400 funcionários. O número equivale a cerca de 40% da equipe, segundo funcionários da empresa. Posts no LinkedIn mencionam o desligamento de profissionais de diferentes áreas, como designers, programadores e gerentes de operação.
Em nota, a companhia menciona a “readequação de seu quadro de colaboradores, além de outras ações que visam à redução de despesas”. A empresa afirma ainda que “está promovendo mudanças em todas as suas áreas, como parte da reestruturação da companhia” e lamenta as decisões tomadas.
A modalidade flexível era um dos principais negócios da empresa e consistia na possibilidade de os clientes sugerirem três possíveis datas de viagem para que a Hurb selecionasse uma delas ou uma data próxima. A flexibilidade fornecida pela modalidade permitiria com que a companhia buscasse preços mais competitivos, o que justificaria os valores baixos cobrados pelos pacotes.
Porém, o número cada vez maior de clientes sem resposta da empresa após o limite de envio das informações de viagem fez com que uma enxurrada de críticas surgisse nas redes sociais e em canais de reclamações como Reclame Aqui e na própria Senacon.
A suspensão pela Senacon das vendas de pacotes flexíveis foi anunciada na segunda-feira. Segundo nota divulgada pelo órgão, a medida foi tomada para garantir que os problemas referentes às vendas já realizadas sejam sanadas antes de novos pacotes serem comercializados pela Hurb.
No final de abril, após o aumento das críticas, o então CEO, João Mendes, renunciou ao cargo, dando espaço a Otavio Brissant, até então conselheiro-geral da Hurb, que chegou a protocolar na Senacon um plano de ação para solucionar os problemas.
Com informações de Estadão Conteúdo (João Scheller)
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