A Americanas informou em nota que “a substituição da auditoria externa KPMG pela PWC em 2019 contou com a anuência da própria empresa de auditoria, que posteriormente manteve relação contratual com a Companhia”. A empresa responde à afirmação da sócia de auditoria da KPMG de que o contrato com a varejista havia sido rescindido após a auditoria comunicar falhar na governança da companhia.
Quanto aos indícios apresentados pelo presidente da companhia à CPI em 13 de junho de 2023, acerca da alteração, pela KPMG, da Carta de Controles Internos, a Americanas reafirma que tal alteração foi realizada para reclassificar a VPC de ‘recomendações que merecem atenção da Administração’, para ‘Outras Recomendações’, fazendo com que tal item deixasse de ser considerado como deficiência significativa, acrescenta a empresa sobre assuntos levantados na audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados que investiga a fraude na empresa.
A companhia diz ainda que “reitera que o relatório apresentado à CPI é preliminar e foi entregue às autoridades competentes, que realizam suas próprias investigações”.
Consultorias rebatem acusações
A PWC e a KPMG – que prestaram serviços de auditoria independente para a Americanas no período em que a companhia admite ter executado uma fraude que inflou os resultados da empresa em R$ 25 bilhões – enviaram nesta terça, 1, representantes à audiência pública da CPI da Câmara dos Deputados que investiga o caso. Enquanto a KPMG afirmou que as acusações feitas contra ela não eram verdadeiras, a PWC buscou se proteger com as regras de auditoria.
A sócia da KPMG Carla Bellangero disse que o atual CEO da companhia, Leonardo Coelho Pereira, teria feito “insinuações falsas” à comissão em 13 de junho. Ela se referia ao fato de Pereira ter afirmado que havia indícios de participação da auditoria na fraude que levou ao rombo contábil de mais de R$ 20 bilhões da varejista. A KPMG foi a responsável pelas auditorias na Americanas de 2016 a 2018.
Já o líder de auditoria da PWC, Fábio Cajazeira Mendes, afirmou que as mudanças sugeridas por uma funcionária da auditoria a um dos membros da diretoria da varejista diziam respeito a um documento que a Americanas apresentaria à PWC. Em documento trazido à CPI, a auditoria teria sugerido como redigir questões ligadas a operações de risco sacado de forma que as operações não ficassem tão claras, segundo afirmações de Leonardo Pereira.
Com informações de Estadão Conteúdo (Talita Nascimento)
Imagem: Shutterstock