A Gerdau anunciou nesta terça-feira, 12, a conclusão dos investimentos de modernização da fábrica de aços longos Riograndense, em Sapucaia do Sul (RS). A siderúrgica havia dedicado R$ 200 milhões para a melhoria operacional da unidade, que funcionava de forma parcial desde o início de 2022 por conta das reformas, com as atividades primárias de produção de aço paralisadas.
A unidade de Sapucaia do Sul retomou de forma plena as operações desde novembro, contando agora com um sistema tecnológico mais sofisticado e automatizado. O vice-presidente da Gerdau, Rubens Pereira, disse ao Broadcast que as novas instalações devem promover uma redução de custos de produção na unidade, que tem capacidade para fabricar anualmente 450 mil toneladas de aço bruto e 495 mil toneladas de produtos acabados, entre eles o vergalhão, fio-máquina, barras, trefilados e pregos.
“Quando investimos a partir de toda essa perspectiva de digitalização e indústria 4.0, ganhamos muito em produtividade, assertividade da qualidade do produto, reduzimos desperdícios e aumentamos a produtividade ao trazer um maior grau de automatização e digitalização dos processos”, afirmou Pereira.
O investimento de R$ 200 milhões teve como objetivo a modernização das instalações da aciaria (responsável pelas etapas iniciais de produção do aço), implementação de melhorias na jornada de transformação digital e indústria 4.0 e o aprimoramento de melhorias nas condições ambientais e de segurança no processo de produção do aço, como a modernização do sistema de despoeiramento. Foram gerados mais de 400 postos de trabalho diretos e indiretos durante a execução dos investimentos.
Questionado sobre a inauguração da modernização da fábrica em meio a um momento desafiador que o setor siderúrgico enfrenta, por conta da forte entrada de aço importado, o vice-presidente da Gerdau respondeu que a unidade será retomada com plena capacidade.
“Devemos retomar a usina rodando a pleno. A nossa unidade é muito competitiva e fizemos esse investimento muito mais porque somos uma empresa brasileira e acreditamos no Brasil, e eu diria que apesar de ainda seguirmos enfrentando desafios importantes em relação às importações de produtos e com movimentações pouco expressivas para equilibrar esse cenário”, afirmou Pereira.
O executivo acrescentou que o mercado siderúrgico no Brasil permanece muito desafiador. “O nosso investimento é muito focado no longo prazo e na nossa crença de que o mercado brasileiro é forte e importante para a Gerdau”, disse.
Com relação à modernização do sistema de despoeiramento, o vice-presidente da Gerdau afirmou que ele permitirá ganhos ambientais e deve trazer um ganho para a comunidade local.
“Como o processo ocorre com altas temperaturas, onde ocorre a fusão da sucata para transformar o material em aço líquido, muitas vezes há um levantamento de resíduos no processo. Neste sentido, o despoeiramento consegue captar esses resíduos e depositá-los de forma que eles não sejam jogados na atmosfera”, afirmou Pereira.
Atualmente, a unidade Riograndense conta com 1.200 funcionários e produz aços longos a partir da reciclagem da sucata metálica, alternativa considerada ambientalmente amigável. Em média, a Gerdau emite 0,86 tonelada de dióxido de carbono (CO2e) por tonelada de aço produzido, valor considerado a metade da média global do setor, em 1,91 tonelada de CO2e, segundo dados da World Steel Association (WSA), que reúne dados das indústrias siderúrgicas de 63 países.
Com informações de Estadão Conteúdo.
Imagem: Divulgação/Gerdau Riograndense