Estratégias falham porque nem sempre são estratégias. Esse modelo de unilateralidade, top down, não funciona, pois a execução de um estratégia raramente é um caminho unilateral.
E como fazemos para vencer os desafios inerentes a esse processo e oferecer insights sobre como superá-los para alcançar uma execução estratégica bem-sucedida?
Base estratégica e comunicação
O cerne de muitos problemas de execução estratégica reside na confusão entre metas e estratégias reais. Uma estratégia efetiva vai além de objetivos vagos e exige um conjunto claro de escolhas que delineiam não apenas o que a empresa buscará realizar, mas, igualmente importante, o que deliberadamente optará por não fazer. Em muitas coisas ocasiões, o não fazer também é uma estratégia.
A eficácia da execução estratégica começa com uma comunicação clara. Ao apresentar um conjunto limitado de opções definidas, a mensagem torna-se mais fácil de ser assimilada e retida pelos colaboradores. Por outro lado, uma lista extensa de opções corre o risco de se perder na memória, resultando na falta de influência sobre os comportamentos desejados.
Comece com algo pequeno e vá escalando. Seja transparente ao comunicar os objetivos e os caminhos esperados. Implementar estratégias efetivas é um desafio contínuo para as organizações modernas, frequentemente marcado por lacunas entre a concepção e a execução prática.
Algumas empresas confundem estratégia com meta. “Queremos ser líder de mercado” é uma delas. Não se diz o que vai ser feito, mas sim o resultado. Outra confusão vem do “A estratégia está montada, agora é executá-la”. Muitas estratégias falham por ficar só na mente de quem as cria.
Harmonizando direção e iniciativa
A abordagem bem-sucedida para a execução estratégica transcende a dicotomia de cima para baixo versus de baixo para cima. É uma interação dinâmica, em que os líderes estabelecem uma direção clara, enquanto os colaboradores têm espaço para contribuir com iniciativas dentro dos parâmetros definidos. Essa colaboração bidirecional não apenas fortalece a implementação, mas também fomenta um ambiente de inovação contínua.
Resistência à mudança e seleção orgânica
Dois desafios cruciais enfrentados na execução estratégica são a resistência à mudança e a tentação de líderes em realizar escolhas de baixo para cima. A resistência pode ser superada ao adotar uma mentalidade de mudança como padrão, invertendo a lógica tradicional. Quanto à seleção de iniciativas, é imperativo resistir à tentação de decisões centralizadas, criando sistemas objetivos para que elas ocorram organicamente.
Em busca da mudança sustentável
Para uma execução estratégica bem-sucedida, é fundamental identificar e desafiar hábitos organizacionais arraigados que impedem a adaptação. Esse processo envolve questionar práticas estabelecidas, criar um ambiente que encoraje a experimentação e adotar uma postura proativa na busca de melhores alternativas.
Adotando uma mentalidade estratégica dinâmica
Em síntese, o caminho para uma execução estratégica bem-sucedida envolve compreensão, comunicação efetiva, colaboração dinâmica, resistência à inércia e busca constante de melhorias. Ao abraçar essa abordagem holística, as organizações podem transformar desafios em oportunidades e trilhar o caminho rumo ao sucesso empresarial duradouro.
O setor de consumo, que envolve varejo, indústria e serviços, necessita de mais estratégia e execução rápidas, para vencer o mercado desafiador e instável.
Quando falamos de estratégia, logo pensamos em planos de 3 anos, mas no mundo frágil e instável atual não se pode perder de vista o presente.
Perdemos a noção e o controle do tempo.
O futuro para você é essa semana? Ou início do próximo ano?
Há 1 ano, por exemplo, não se falava de #inteligênciaartificial. Será que o futuro projetado se fez presente?
Fabio Aloi é sócio-diretor da ONE Friedman.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
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