O governo dos Estados Unidos anunciou que 15 medicamentos, incluindo Ozempic e Wegovy, estarão na segunda rodada de negociações de preços pelo Medicare. Esses medicamentos, que são populares para emagrecimento, representam um gasto anual de US$ 41 bilhões para o programa de saúde, e as negociações podem gerar economias significativas. “Temos a chance de negociar um melhor acordo para o povo americano”, afirmou o secretário de Saúde, Xavier Becerra.
Além de medicamentos para emagrecimento, a lista inclui tratamentos para câncer, diabetes tipo 2 e asma.
O governo já havia negociado preços mais baixos para outros medicamentos em 2024, com economias de US$ 6 bilhões previstas. As negociações começarão em 2025, com os preços negociados entrando em vigor em 2027. O semaglutido, ingrediente ativo de Ozempic e Wegovy, representa um dos maiores gastos, estimados em US$ 7,5 bilhões para o Medicare em 2023.
A farmacêutica Novo Nordisk, fabricante dos medicamentos, se opôs ao programa, alegando que ele poderia afetar o acesso dos pacientes e prejudicar a pesquisa de novos tratamentos.
A redução de preços poderá ser de 25% a 60%, trazendo economias substanciais para o Medicare e seus beneficiários.
Emagrecimento x Mercado Alimentício
O setor alimentício dos Estados Unidos pode registrar uma redução de US$ 48 bilhões nos gastos dos consumidores até 2034. O principal fator para essa queda é o aumento da popularidade dos medicamentos GLP-1, que promovem a perda de peso por meio da supressão do apetite.
Um estudo da KPMG projeta um crescimento anual de 29,6% no consumo global desses medicamentos até 2030 e estima que 3,5% da população americana, cerca de 13 milhões de pessoas, já utilizam medicamentos GLP-1. Desses, 31% afirmam que gastam menos com mantimentos mensalmente, enquanto 21% preveem uma redução no consumo calórico antes mesmo de iniciarem o uso da medicação.
“A grande preocupação da indústria de alimentos e bebidas é tentar prever como esse mercado vai se comportar nos EUA quando milhões de americanos diminuírem o apetite. O importante nesse momento é definir cenários prováveis e tentar entender como o portfólio de cada empresa pode ser repensado em termos de categorias, uma vez que as pessoas não vão deixar de comer e beber, mas vão buscar categorias diferentes e porções menores em relação às que consomem atualmente”, explica Fernando Gambôa, sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul.
Com informações de Estadão Conteúdo (Dow Jones Newswires)
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