Após dois anos de dificuldades (2015 e 2016), onde o varejo de vestuário no Brasil acumulou queda de 11% no volume de peças comercializadas, 2017 registrou uma importante recuperação das vendas para o setor. Para 2018, o IEMI Inteligência de Mercado, instituto especializado em estudos de mercado, varejo e comportamento de compra dos setores têxtil e vestuário, projeta expansão de 4% no volume de peças comercializadas pelo varejo. “Apesar de possíveis turbulências com o cenário eleitoral, os varejistas têm motivos para ficarem otimistas, uma vez que a expansão estimada de aproximadamente 3% do PIB deve empurrar a economia como um todo”, disse Marcelo Prado, diretor do IEMI.
Para Prado, o retorno do crescimento ao longo do ano passado foi auxiliado pela conjuntura econômica, incluindo a redução da inflação e dos juros básicos da economia, a injeção de recursos das contas inativas do FGTS realizada no 1º semestre, além dos estímulos para a expansão do crédito aos consumidores e o início da recuperação dos empregos e do investimento. Ele afirmou que “as vendas aumentaram 8,1% em relação a 2016. O montante está praticamente igual aos volumes históricos registrados em 2014, quando o varejo de moda no país atingiu o ápice com 6,5 bilhões de peças comercializadas”.
Evolução do varejo de vestuário em volume e valores | ||||||
Varejo | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | Var. 17 / 16 | Var. 18 / 17 |
Em 1.000 peças | 6.490.377 | 6.133.406 | 5.771.535 | 6.240.204 | 8,1% | 4,0%¹ |
Em R$ 1.000 | 195.321.313 | 197.332.920 | 202.261.193 | 220.401.226 | 9,0% | 6,3%¹ |
Preço médio (R$/peça) | 30,09 | 32,17 | 35,04 | 35,32 | 0,78% | 2,2%¹ |
Fonte: IEMI.
Nota: (1) Estimativas.
O panorama favorável também puxou o desempenho da indústria de confecções brasileira, que depende 99% do consumo interno para sobreviver e que, aos poucos, vai se recuperando de sua pior crise em mais de 30 anos, de estatísticas sobre o seu desempenho no país. Houve crescimento de 3,2% da produção de vestuário em 2017 comparado ao ano anterior. Para esse ano, a projeção de expansão é de 0,8% em volume de peças confeccionadas.
Consumo aparente de vestuário no Brasil (em 1.000 peças) | ||||||
Descrição | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | Var. 17 / 16 | Var. 18 / 17 |
Produção | 6.143.785 | 5.800.378 | 5.695.836 | 5.880.673 | 3,2% | 0,8%¹ |
Importação | 917.217 | 859.571 | 567.483 | 904.887 | 59,5% | 49,9%¹ |
Exportação | 22.603 | 25.740 | 26.135 | 27.825 | 6,5% | 9,7%¹ |
Consumo aparente | 7.038.373 | 6.640.650 | 6.237.183 | 6.757.736 | 8,3% | 7,3%¹ |
Fonte: IEMI.
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