A pandemia do coronavírus muda a cada dia o pensamento do consumidor e o aumento nas vendas virtuais cresce a cada dia. Com a mudança no hábito de consumo, muitos empreendedores optam por criar uma loja virtual, e até mesmo os que já tinham precisam reforçar suas vendas. Para Felipe Dellacqua, sócio-diretor da Vtex, que participou nesta manhã do Mercado & Consumo em Alerta, “nenhuma empresa estava preparada para a dimensão dessa crise e nem para o que ela se tornou – e ainda poderá se tornar”.
O executivo conta que a empresa instalou uma gestão de crise para tratar de assuntos que vão além das questões financeiras e estratégicas, com o estudo de revisão de todo road map já traçado e o desenvolvimento de adaptações ágeis para cada uma das propostas. “Hoje, 97% do varejo está nas lojas físicas e o restante em operações digitais, ou seja, do dia para noite o setor perdeu praticamente quase toda sua força de vendas off-line. Neste caso tivemos que agir rápido para colaborar com os nossos clientes, que passaram a ver o varejo operando apenas no canal digital”, disse.
A digitalização também mudará diversas profissões, como na área comercial, por exemplo. Cada vez mais, será importante o vendedor ser responsável pela experiência do consumidor, um consultor (social selling), que usará o meio digital para fazer a diferença na hora da venda. “O vendedor vai precisar ampliar seu escopo de atuação para se relacionar e fidelizar o cliente de modo a melhorar sua experiência. Se isso já era um pré-requisito importante, no pós-crise esta será uma característica importante no mundo comercial”, alerta.
O sócio da Vtex contou ainda que a logística precisa ser vista como grande aliada neste momento. Segundo ele, a agilidade está 100% a favor do e-commerce e a união de empresas, a partir de parcerias e contratos com empresas de delivery expresso, será fundamental para o sucesso da operação. “Centralizar a origem do produto facilita o trabalho das transportadoras”, completa. O importante, ressalta Dellacqua, é se adaptar aos novos hábitos de consumo para manter o negócio e as vendas.
Questionado sobre o período pós-covid, Dellacqua foi enfático ao comparar a operação das empresas com o conceito de startups, a partir de decisões e economia ágeis. “Se o cliente precisa ‘estar’ digital e exposto, minimamente para vender, é preciso fazer isso de forma faseada, mas com agilidade, senão todo esforço será em vão”, explica o executivo que, junta a empresa, pensa em como levar simplicidade ao varejo.
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