Na manhã desta sexta-feira (15), especialistas sobre comportamento se reuniram em mais uma live promovida pela Mercado & Consumo em parceria com a Gouvêa de Souza. Durante o bate-papo entre Lourenço Bustani, sócio fundador da Mandalah; Ulisses Zamboni, presidente da Santa Clara; Karen Cavalcanti, sócia da Mosaiclab/GS&Inteligência; e Gabriel Milanez, vice-presidente de Estratégia da BOX 1824 trouxeram suas visões sobre o presente o futuro do consumo no Brasil.
Na avaliação do executivo da Box 1824, consultoria focada em identificar comportamentos emergentes, a mudança de hábitos de consumo no período de distanciamento social poderá trazer reflexos após o fim da pandemia de coronavírus. Segundo ele, depois do choque, todas as pessoas entram num movimento natural de adaptação. “Ainda é cedo para entender o tamanho das transformações que a pandemia provocará nas decisões relacionadas ao consumo. Ainda assim, a mescla entre hábitos reais e virtuais deve se intensificar, marcando um divisor de águas antes e depois da pandemia”, explica.
Situações até então inéditas no cotidiano das pessoas, como trabalhar em casa e a possibilidade de receber tudo na porta com apenas alguns cliques, por exemplo, tendem a se tornar cada vez mais normais e podem impactar a demanda por produtos e serviços permanentes. Para o vice-presidente da Box 1824, ao final do isolamento, as pessoas terão ainda mais repertório. “Isso não significa que farão tudo online ou tudo presencialmente, mas o consumo vai ser ressignificado, ou seja, se complementar mais a partir da adaptação às medidas de isolamento social”, cogita o especialista.
O novo consumidor virou uma “peça” conhecida. A questão é que estas pessoas carregam desejos que vão muito além das transações comerciais poque elas querem apoiar marcas que as representem, que deem voz a um ponto de vista relevante e, finalmente, que sejam transparentes em seu posicionamento. “Estamos na era do consumo realista e do consumidor investidor”, afirma Gabriel Milanez.
Sobre o trauma que essa crise pode deixar na sociedade, Milanez conta que a pandemia não criou problemas, mas sim revelou pontos de atenção que já existiam. Para ele, a diferença é que hoje existe uma maior transparência e é obvio que essa ‘conta’ chega até as empresas, que carregam um papel ativo nas questões ligadas a revolução dos problemas estruturais. “Quando as pessoas se tornam mais conscientes, elas começam a cobrar das empresas”, alerta o executivo que completa “quanto maior o lucro das empresas, maior a expectativa do consumidor em cima delas.”
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