O e-commerce norte-americano deve superar o total de compras online registradas em 2019 até 5 de outubro, segundo o relatório do Digital Economic Index da Adobe. A data é prévia de grandes datas para o comércio dos EUA, como Prime Day da Amazon, o Black Friday, a Cyber Monday e o Natal. E isso ocorre mesmo que o crescimento explosivo do comércio eletrônico, impulsionado pela pandemia de coronavírus, esteja começando a desacelerar à medida que partes dos EUA tentam reabrir.
Dados do relatório sugerem que os norte-americanos já gastaram US$ 435 bilhões (cerca de R$ 2,34 trilhões) em compras de e-commerce desde o início do ano. Dessa forma, analistas estimam que quase US$ 100 bilhões em gastos se devem aos efeitos causados pela de Covid-19 nos hábitos dos consumidores.
“Acabamos de treinar o consumidor para comprar de uma maneira diferente”, disse Sonia Lapinsky, da consultoria de varejo AlixPartners ao jornal Financial Times. “Eles agora estão confortáveis em casa. Eles estão acostumados a comprar coisas sem nunca ter que sair de casa”.
Entretanto, a análise da Adobe, compilada usando dados de transações anônimas de 80 dos 100 principais varejistas online, sugere algum nível de ansiedade para retornar às lojas físicas assim que as condições permitirem.
Embora cada mês, desde março, tenha trazido um novo recorde de vendas para compras online, os gastos de US$ 66,3 bilhões em julho aumentaram 55% em relação ao ano anterior, segundo a Adobe, em comparação com um crescimento de mais de 70% em cada um dos dois meses anteriores.
Menos gastos no e-commerce pós-lockdown
Os estados que afrouxaram as regras de lockdown viram um aumento menor nos gastos de e-commerce, quando comparados com as áreas onde medidas mais rígidas ainda estavam em vigor ao longo do mês de julho.
Assim como o retorno foi modesto para estabelecimento e lojas físicas, os níveis de gastos também caíram “à medida que as famílias apertaram o cinto devido à queda nos níveis de emprego e cortes iminentes nos benefícios de desemprego”, disse o analista da Adobe, Vivek Pandya, ao jornal britânico.
A luta constante da Amazon para cumprir com sua promessa de delivery de um ou dois dias criou uma abertura para concorrentes como Walmart e Target. Essas empresas de e-commerce têm a vantagem de contar um número maior de locais físicos muito mais próximos das comunidades, oferecendo entrega rápida e permitindo aos clientes dirigirem até o local mais próximo e buscar itens imediatamente.
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