Por Luiz Alexandre de Paula Machado*
Inicio este artigo destacando duas características de grande parte das empresas varejistas brasileiras. A primeira é que o varejo demora para atuar na causa raiz dos problemas, se concentrando nas consequências. A segunda característica é que ele não se planeja, seja pela justificativa que o varejo é dinâmico, seja pela falta de conhecimento específico.
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Os motivos destas afirmações são as notícias que estampam os jornais diariamente e demonstram o quanto muitas ações estão sendo feitas de forma generalizada. São liquidações antecipadas, quando não fora de época, níveis de descontos elevados (até 70%) e que já viraram regra, níveis elevados de estoques, fechamento de pontos comerciais, dentre outras.
O cenário atual da economia e do consumo não é dos melhores e isso todos já sabem. Mas vale lembrar que os desafios na gestão de mercadorias no varejo já eram conhecidos muito antes da crise reaparecer no cenário nacional. Mas, por diversos motivos, as empresas varejistas (com raras exceções) escolheram o caminho da expansão desenfreada e deixaram a arrumação da casa em segundo plano.
Não é somente em tempos de crise que os processos comerciais e a gestão de mercadorias precisam ser revistos.
Primeiramente, é preciso deixar claro que não existe uma fórmula única e padrão que atenda todas as necessidades e desafios de cada segmento do varejo. Posso destacar alguns desafios que vão além da crise, tais como: o ciclo de vida dos produtos que está cada vez mais curtos a forte flutuação da demanda, a concorrência intensificada, multicanal e global, os diferentes canais, formatos de lojas e bandeiras, a alta expectativa de níveis de serviço prestados em toda a cadeia e principalmente as constantes mudanças no comportamento dos consumidores.
A solução passa por uma revisão completa do modelo e práticas de gestão de mercadorias e por consequência pela revisão dos processos, sistemas, ferramentas de suporte à tomada de decisão e mudança da forma de trabalho e capacitação das pessoas envolvidas nesses processos.
Nunca se falou tanto em “fazer o básico bem feito” – em ambientes macroeconômicos complexos, disciplina é fundamental para assegurar a eficiência e a produtividade. A inovação ainda será o que irá distinguir seu negócio dos outros varejistas, porém orçamentos bem estruturados, investimentos bem planejados e uma boa dose de disciplina serão essenciais para garantia de sucesso.
Seja qual for o driver, processos, pessoas e tecnologia são as palavras de ordem e entender o momento correto de avançar – dado o mercado ou capacidade interna da empresa – são a chave para garantir crescimento.
No próximo dia 24 estarei conduzindo um painel no LATAM Retail Show que abordará esse tema e contará com a participação das empresas Ri Happy / PB Kids, Marisa e Novo Mundo.
O LATAM Retail Show acontecerá entre os dias 24 e 27 de agosto, no Expo Center Norte, com mais de 130 palestras, 25 delas internacionais, com alguns dos principais líderes do varejo, franquia e shopping centers, e na área de exposições de instalações, equipamentos, serviços e tecnologia para esses setores, será apresentada a Omniera – A loja do futuro, que trará uma concepção inovadora de integração de pessoas com tecnologia para maximizar a experiência do consumidor.
*Luiz Alexandre de Paula Machado (alexandre@gsmd.com.br) é head de Consultoria da GS&AGR Consultores