A possível combinação parcial de negócios da brMalls com a Ancar Ivanhoe, noticiada no último fim de semana pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, criaria uma gigante no setor de shopping centers no Brasil. Juntas, as duas empresas operam mais de 50 empreendimentos. Ambas admitiram as conversas.
A brMalls, fundada em 2006, tem 31 shoppings espalhados por 12 Estados brasileiros e 23 cidades. O Villa Lobos, em São Paulo (SP), o Shopping Estação, em Curitiba (PR) e o Shopping Recife (PE) são alguns deles. A empresa está registrada no Novo Mercado da B3, a bolsa brasileira.
Em nota enviada aos colaboradores nesta segunda-feira (19), a brMalls confirmou que realizou estudos preliminares sobre a pertinência da combinação parcial dos portfólios dela e da Ancar. Argumentou, ainda, que o movimento fez parte “da estratégia a constante avaliação de oportunidades no setor”.
A Ancar Ivanhoe tem 50 anos de mercado e possui 24 shopping centers em sete Estados e no Distrito Federal, com mais de 4,5 mil lojas. Entre eles, estão o Eldorado, em São Paulo (SP), o RIOSUL, na capital fluminense, e o Iguatemi de Porto Alegre (RS).
A empresa também emitiu uma nota confirmando que a combinação é avaliada. Mas o comunicado, assinado pelos co-presidentes Marcos e Marcelo Carvalho, foi mais reticente. “Reforçamos que não há nada concreto que indique que uma fusão entre a Ancar Ivanhoe e a brMalls possa acontecer. Hoje, nossos esforços estão voltamos para o desenvolvimento de novas soluções para melhorar a experiência dos consumidores nos empreendimentos do grupo.”
Processo de consolidação no mercado
Para Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da Gouvêa Malls, a eventual combinação de parte dos portfolios das duas empresas significaria a retomada do processo de consolidação no mercado e poderia provocar um efeito dominó. “Afinal, neste novo cenário, onde o modelo de negócio dos shoppings evolui rapidamente do formato de real estate para um ecossistema, englobando vendas online e offline, passam a valer muito fatores como escala e capilaridade”, avalia.
O especialista cita, ainda, outro possível efeito da operação. “Outra consequência da consolidação, que certamente acontecerá no curto ou médio prazo, será a aceleração do movimento dos shoppings independentes, que hoje representam cerca de 40% dos centros comerciais brasileiros, na direção da formação de blocos, para compartilhar custos, ampliar alcance e ganhar força. Isso pode inclusive favorecer as administradoras de shoppings de terceiros, que já vem ganhando espaço durante a pandemia.”
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