Os preços dos produtos da “cesta da pandemia”, elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), continuam em alta em novembro, fechando o mês inflacionados em 11,43% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Assim como em outubro, quando a cesta estava 9,98% mais cara, a elevação é puxada principalmente pelo grupo de Alimentação e Bebidas – cujos preços cresceram 23,56%.
A cesta da pandemia é uma elaboração da FecomercioSP com base nos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) para mensurar o desempenho dos preços de três grupos de produtos considerados essenciais para a subsistência em um momento de crise, como o atual: Alimentação e Bebidas; Habitação; além de Saúde e Cuidados Pessoais.
Muito por causa da demanda maior por itens de alimentação em domicílio em meio à pandemia, mas também por causa do controle das famílias sobre seus gastos, itens básicos estão entre os que mais tiveram aumentos mais expressivos nos preços: o arroz, por exemplo, está 65,63% mais caro agora do que em novembro do ano passado, assim como o feijão carioca (46,30%), o músculo bovino – considerado uma carne de “segunda” (44,58%) e o leite (33,45%).
Produtos do hortifruti também seguiram em alta em novembro, como a maçã, cujo preço subiu 37,35% em relação ao mesmo mês de 2019, e a laranja, que ficou 21,64% mais cara. A inflação foi ainda maior em itens como o repolho (56,66%) e atingiram ainda o brócolis (30,67%) e a batata (19,69%).
Dos 29 produtos listados no grupo de Alimentação em domicílio, apenas dois registraram queda no preço: a cerveja (-3,72%) e a cenoura (-2,97%).
Impacto do câmbio
Especificamente no caso do arroz, cuja inflação chama mais atenção, a Federação observa que a valorização do dólar frente ao real é outro fator que influencia na variação para cima, já que o câmbio favorece mais a destinação da produção nacional para o mercado externo.
Os outros grupos da cesta da pandemia também têm alta de preços em novembro: o de Habitação subiu 5,53%, puxado pela alta do detergente (9,69%), enquanto o de Saúde e Cuidados Pessoais cresceu 1,85%, sendo que o produto com o maior crescimento deste grupo foi o papel higiênico (7,51%).
No entendimento da FecomercioSP, a inflação dos preços de alimentos deve permanecer nos próximos meses, puxada pela demanda maior, pelas reduções pontuais na produção e pelo fator cambial.
Após crescimento de 0,60% em setembro, o Custo de Vida por Classe Social na região metropolitana de São Paulo (CVCS) seguiu em alta no mês de outubro, subindo 1,11% – a maior elevação de 2020 até agora. No ano, a expansão é de 2,05%, enquanto o acumulado dos últimos 12 meses aponta para um crescimento de 3,90%.
Os dados da pesquisa apresentam o mesmo cenário da cesta da pandemia, com o grupo de Alimentação e Bebidas encabeçando o aumento nos preços. A CVCS mostra que ele inflacionou em 1,40% em outubro quando comparado a setembro. No acumulado do ano, a alta é de 6,73% e, em relação ao mesmo mês do ano passado, o custo desses itens subiu 12,06%.
Por outro lado, produtos de grupos como Vestuário (-2,20%) e Transportes (-1,38%) caíram, enquanto Despesas Pessoais (0,24%) e Saúde (0,80%) se mantiveram estáveis.
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