A privacidade e a segurança da informação são sempre grandes desafios. A Internet das Coisas (IoT) é o termo que define os diversos dispositivos físicos (as “coisas”) conectados à internet com a possibilidade de interagir e trocar dados com outros dispositivos também conectados à internet.
A conectividade vai dos dispositivos tradicionais, como computadores, smartphones e tablets, para uma ampla gama de dispositivos e coisas cotidianas conectadas, como televisores, geladeiras e até cafeteiras. Com o aumento da demanda por conforto e praticidade, muitas “coisas” podem ser projetadas com tecnologia digital para se conectar à internet.
Tudo que está conectado à internet está vulnerável. Uma grande ilusão por parte dos consumidores é pensar que não correm riscos pois os equipamentos estão seguros em casa ou mesmo que seus dados não são importantes. Os dados dos usuários são o maior bem do futuro! Mas, além disso, os atacantes estão interessados em quantidade de equipamentos, independentemente de quais são. Nos últimos anos, os maiores ataques cibernéticos foram disparados através de vulnerabilidades encontradas em dispositivos eletroeletrônicos. Dispositivos vulneráveis conectados à internet podem ser sequestrados com facilidade e transformados em uma grande botnet para ser utilizada em ataques de negação de serviço distribuído (DDoS).
Por isso, ao comprar qualquer tipo de dispositivo conectado à internet, os consumidores devem pesquisar cuidadosamente e avaliar estes dispositivos, como funcionam, se implementam ou não configurações de segurança e privacidade. Tudo isso antes de levá-los para suas casas e se exporem a um risco que poderia ser evitado. Deve-se considerar se existe uma política de atualização de software e firmware e como é o histórico de tratamento de vulnerabilidades. Outro ponto importante é assumir que dispositivos conectados podem ser vulneráveis, logo, desabilitar serviços desnecessários, alterar sempre senhas padrão e manter esses dispositivos sempre atualizados.
Em 2017, a Mozilla Foundation criou um guia sobre privacidade e segurança de brinquedos, aparelhos e produtos domésticos inteligentes conectados chamado “Privacidade não incluída”, com o objetivo de auxiliar consumidores, pais e responsáveis antes de comprar um determinado produto.
O crescimento e utilização da tecnologia é inevitável. Mas o sofrimento é opcional! Então, formar o criticismo com relação à segurança de dados se torna cada vez mais necessário, para que a Internet das Coisas não se torne a Internet das Armadilhas.
Christiane Borges é palestrante e Campuseire desde 2012.
Imagem: Envato/Arte/Mercado&Consumo