A ABRASCE (Associação Brasileira de Shopping Centers), divulgou semana passada o balanço do setor dos shopping centers no Brasil em 2015. Para quem trabalha na área ou opera lojas em shopping, é uma boa oportunidade pra refletir sobre alguns números deste mercado.
Para começo de conversa, a quantidade de shoppings no final de 2015 chegou a 538. O que significa que foram abertos 18 no ano passado. Menos do que planejavam os empreendedores brasileiros, muitos dos quais postergaram lançamentos por conta da crise, mas ainda assim um expressivo número de novos empreendimentos. Além de postergar lançamentos, a crise também inibiu as expansões: apenas 16% dos nossos malls estão hoje ampliando suas áreas já existentes.
Embora a crise esteja desestimulando novos investimentos, o estudo da ABRASCE revela que ainda há espaço para mais shoppings no País. A média nacional é de 7,2 m² de abl – área bruta locável, para cada 100 habitantes, índice inferior à de muitos países da América Latina. No entanto, 7 unidades da federação estão acima dessa média, ou seja, possuem uma maior densidade de shoppings. São eles, pela ordem de maior densidade: Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Roraima, Amazonas, Santa Catarina, Espírito Santo e Goiás.
A maioria desses 538 shoppings ainda fica na Região Sudeste – 54% para ser mais exato. Chama a atenção que a Região Sul voltou a ultrapassar o Nordeste em quantidade de centros comerciais. Há hoje 90 deles no Sul contra 80 no Nordeste.
Um dado interessante: a maior parcela dos shoppings brasileiros (43%) é de pequeno porte, ou seja, tem até 20 mil m de abl. Isso é resultado de uma importante mudança no perfil do mercado em função da interiorização. Hoje, 52% dos shoppings estão fora das capitais e 41% dos nossos empreendimentos estão localizados em cidades com até 500 mil habitantes. Isso permite concluir que para atender cidades menores desenvolvemos shoppings de menor porte.
No Brasil, a maior parte dos clientes de shoppings está na classe B: 41%. A classe A representa 21% e a C 37%. Juntas, as classes B e C somam 78% desse público. O perfil predominante BC também é consequência da interiorização e entrada dos shoppings em cidades menores.
Finalmente, as vendas em shopping centers no Brasil somaram 151 bilhões em 2015, um crescimento nominal de 6,5% sobre 2014. Foi um aumento inferior ao da inflação no período, porém bem superior à média do varejo brasileiro, que pela PMC do IBGE acumulava 3,6% até novembro do ano passado. Para 2016, a ABRASCE espera resultado de vendas semelhante ao do ano passado.
Resumindo, os shoppings foram afetados pela crise como todos os outros setores da economia. Mas mesmo assim, embora em ritmo menor, continuam aumentando sua participação no cenário do varejo nacional.
* Imagem reprodução