A Cargill inaugurou neste mês no Brasil, ao custo de R$ 550 milhões, uma fábrica especializada em um ingrediente alimentício conhecido como pectina. Podendo ser obtida da casca da laranja, a pectina é uma fibra solúvel própria para compor soluções que atuam como estabilizante, espessante e gelificante de alimentos industrializados.
Presente sobretudo em produtos como bebidas lácteas, iogurte, geleia, doces e balas, a pectina funciona, inclusive, como substituto da gelatina em dietas livres de proteína animal.
Surfando a onda dos produtos plant based, a pectina vem apresentando ano a ano aumento global da demanda. A nova fábrica foi planejada para abastecer o mercado local e exportar para países da Europa e Ásia.
A unidade fica em Bebedouro, tradicional polo de produção de laranja do interior paulista. A localização facilita o acesso às matérias-primas, pois as laranjas são cultivadas a poucos quilômetros das linhas de processamento.
Bebedouro exibe histórico de quase 100 anos de produção de laranja. Entre as décadas de 1970 e 1980, a cidade chegou a ser chamada de “Califórnia brasileira”. A própria Cargill operou na região por 30 anos uma fábrica de suco de laranja e derivados, que acabou vendida em 2004.
Única fábrica fora da Europa
Quarta unidade da empresa com foco em pectina (as outras três estão na Alemanha, França e Itália), a nova fábrica consolidou a Cargill entre os maiores fornecedores globais de pectina. O outro grande nome do setor é a também americana CP Kelco.
A nova fábrica tornou-se ainda uma espécie benchmarking global, já que foi planejada de acordo com tecnologias avançadas e normas rígidas de logística e segurança no trabalho.
A 440km do Porto de Santos, onde a pectina será embarcada para exportação, a fábrica de Bebedouro apresenta escoamento de produtos facilitado por boa infraestrutura de rodovias.
O tipo de pectina produzida em Bebedouro é conhecido como HM (High-Methoxyl, ou alta metoxilação em português).
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