Diante de uma disputa cada vez mais acirrada no e-commerce, a transação envolvendo Infracommerce e Synapcom, anunciada na semana passada, vai levar permitir que as duas empresas ofereçam o mesmo nível de experiência de compra das gigantes do comércio eletrônico, como Mercado Livre e Amazon.
A Infracommerce tem uma operação mais robusta no B2B, enquanto a Synapcom tem uma carteira de clientes voltada ao B2C. Pela aquisição, a Infracommerce pagará R$ 773 milhões em dinheiro, mais 27 milhões em ações a serem emitidas no fechamento da operação, o que deixará os acionistas da Synapcom com 10% da companhia.
“Com esse movimento de consolidação, as indústrias e marcas em geral têm uma alternativa de um ecossistema digital completo e independente para usar para o seu D2C [Direct to Consumer]. E acreditamos que o relacionamento da indústria direto com o consumidor será cada vez mais importante para eles”, afirma Eduardo Fregonesi, CEO da Synapcom, em entrevista à Mercado&Consumo.
Segundo ele, a aproximação entre as duas empresas aconteceu após o IPO da Infracommerce, em maio, que movimentou cerca de R$ 870 milhões, com o interesse de um M&A. A Synapcom também considerava fazer um IPO, mas ainda não havia iniciado o processo e entendeu que a união com a concorrente criaria uma empresa mais robusta e com mais relevância na B3. “Como nossa transação com a Infracommerce envolve troca de ações, seguiremos sócios deste novo negócio e acreditamos que vamos capturar muito valor ao longo dos próximos anos”, afirma.
Fundadas no mesmo ano, em 2012, e com tamanhos parecidos, as duas empresas vão passar por um processo de integração que contará com o auxílio de uma consultoria contratada. “Vamos unir duas empresas com tamanhos muito parecidos, então o objetivo é olhar o que cada uma tem de melhor para fazermos com que 1 + 1 seja mais do que 2”, diz.
Com presença no México, Colômbia, Chile e Argentina, a Infracommerce conta com 1.500 funcionários. Já a Synapcom tem 1.200 colaboradores em três diferentes endereços. Fregonesi destaca que, como o objetivo é continuar em crescimento, a integração entre as empresas não tem objetivo de cortar mão de obra, e contratações devem ser feitas após o fechamento da transação.
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