Uma das principais marcas de mobiliário de luxo sob medida do Brasil, a Ornare segue firme no seu processo de internacionalização. Além dos seis showrooms que já possui fora do País, a companhia tem planos de inaugurar mais três unidades, duas em solo norte-americano (Brooklyn, em Nova York, e Greenwich, no Estado de Connecticut) e uma em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Fundada em 1986 com um showroom no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, a Ornare conquistar o mercado de móveis de luxo nos anos e décadas seguintes com seus armários de a cozinha e closets. Foram 20 anos trabalhando exclusivamente em território brasileiro, com lojas espalhadas por todo o País. A marca possui showrooms em Brasília, Salvador, Ribeirão Preto, Cuiabá, Goiânia, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis e Jaú.
Com o espaço brasileiro conquistado, a Ornare decidiu dar início ao seu processo de internacionalização. Stefan Schattan, diretor da Ornare em Nova York, falou sobre o assunto com a Mercado&Consumo em um dos showrooms da marca na cidade, onde recebeu a delegação da Gouvêa Experience, que viajou para acompanhar o Retail’s Big Show, principal evento de varejo do mundo, que ocorre entre 16 e 18 de janeiro. Todas as informações sobre o evento você pode conferir clicando aqui.
Internacionalização
Foi em 2006 que a Ornare inaugurou o seu primeiro showroom em território estrangeiro. O primeiro local escolhido foi Miami, nos Estados Unidos, que possui uma grande comunidade latina e brasileira. Anos mais tarde, foi a vez de a marca chegar em Dallas. O terceiro showroom foi em Nova York. Atualmente, a Ornare tem seis lojas nos Estados Unidos.
Stefan Schattan diz que uma das principais dificuldades da internacionalização foi a adaptação a um mercado novo, único e multicultural. “No Brasil, o cliente tem uma visão de luxo mais clara. Aqui ele não tem essa visão tão nítida. Então a gente precisa fazer um bom trabalho para vender projeto e serviço – e, mesmo assim, eles ainda têm uma certa desconfiança e preferem fazer apenas um ambiente primeiro. Conforme fazem um ambiente, gostam, e aí passam a fazer os outros.”
Ainda falando sobre as diferenças entre os clientes no Brasil e nos Estados Unidos, o executivo destaca que o mercado americano tem algumas peculiaridades. Na visão dele, o brasileiro é muito mais ligado em questões de decoração e, segundo estimativas da empresa, o consumidor no Brasil chega a gastar de 20% a 30% do valor do imóvel em decoração. “Eu acho que o brasileiro se importa mais com decoração, numa média. Mas existem americanos que super se importam com todos os detalhes do ambiente e de suas casas. A gente atende gente de todos os perfis”, completa.
Diferenças de mercado
O mercado por si só também foi outro ponto destacado pelo diretor. “Aqui existe a figura do broker, que é muito forte. Em Nova York os corretores mandam muito no mercado”, pontua o executivo. O broker é responsável pela indicação de clientes, o que impacta diretamente no funcionamento do mercado.
Além disso, Stefan Schattan destaca ainda uma diferença prática que impacta muitos dos negócios: o fato de nos EUA não existir a bitributação. “Se eu sou um arquiteto ou contractor e vou vender para uma pessoa, eu compro da Ornare por 10 e vendo por 12 pagando só uma taxa. No Brasil, se você compra de um e depois vende para o outro, paga essa taxa duas vezes.”
Toda a produção da marca, porém, permanece sendo feita na fábrica que a empresa possui em Cotia, na Grande São Paulo. “Não temos nada de produção aqui, porque não vale produzir aqui nos Estados Unidos. Mandamos tudo de contêiner ou por transporte aéreo, quando o cliente quer muito rápido.” O tempo atual para a entrega é de três meses após a assinatura do pedido, na modalidade aérea, e quatro meses na marítima.
Após a chegada, os itens são levados até um armazém, terceirizado pela empresa, e ficam guardados no local até o momento em que a obra do cliente for estiver finalizada. Então, todos os produtos do pedido são destinados para o consumidor e começam a ser instalados – aí, sim, por profissionais locais.
Imagens: Divulgação e Aiana Freitas