A geração Z e os millenials estão cada vez mais dispostos a comprar diretamente das marcas e cerca de 72% desses consumidores esperam ter interações com as lojas físicas assim que a pandemia diminuir. Os dados e insights fazem parte do relatório “What Matters to today ‘s Consumer”, produzido pela Capgemini Research Institute, que revela também os impactos da pandemia sobre as preferências e hábitos do consumidor.
O estudo foi divulgado no Retail’s Big Show, principal evento de varejo do mundo. A Mercado&Consumo acompanha a delegação da Gouvêa Experience em Nova York, nos Estados Unidos, e faz uma cobertura completa e exclusiva do evento.
A pesquisa mostrou que 68% da geração Z e 58% dos millenials encomendaram produtos diretamente das marcas nos últimos 6 meses, em comparação com 41% em média de todas as faixas etárias. Apenas 37% da geração X e 21% dos boomers fizeram pedidos diretamente com as marcas nesse mesmo período.
“A disposição dos consumidores mais jovens de irem direto para as marcas ao comprar produtos apresenta uma oportunidade real para as empresas de produtos de consumo”, disse Tim Bridges, head global de Bens de Consumo e Varejo da Capgemini.
Dentre aqueles que compraram diretamente com a marca, os principais motivos citados para essa escolha são uma melhor experiência, para 60% dos entrevistados, e os programas de fidelidade oferecido pelas marcas, para 59%.
“Ser alimentado por dados permite que as organizações de produtos de consumo e de varejo traduzam as tendências de oferta e demanda em decisões inteligentes sobre onde melhor armazenar e personalizar seus produtos e serviços e aprimorar a experiência do cliente”, finaliza Bridges.
O online e o físico
O estudo indicou que, após dois anos de crescimento, a busca pelo online, por segurança e desejo de evitar lojas físicas, se estabilizou. A ideia de o online substituir as lojas físicas foi refutada e aproximadamente 72% dos entrevistados querem ter interações com o varejo físico após o término da pandemia.
Ao analisar o recorte por faixa etária, a pesquisa mostra que as gerações mais velhas, boomers, tem um maior interesse em voltar ao varejo físico, com 76%. Já na geração Z, essa métrica cai para 66%.
A pandemia e todas as suas restrições também fizeram com que a conveniencia se tornasse fundamental nesses últimos anos. O que era uma tendência passou a ser uma realidade, principalmente nos segmentos de saúde e beleza e mercados. A pesquisa apontou também que 42% dos entrevistados, em todas as faixas etárias, disseram que a entrega e atendimento são os atributos de serviço mais importante quando se está comprando alimentos.
O estudo também descobriu que pouco menos da metade, cerca de 47%, dos consumidores que compram produtos por meio de serviços de assinatura o fazem pela conveniência da entrega em domicílio.
Saúde e Sustentabilidade
Esses dois temas ainda se mostram fundamentais para a grande maioria dos consumidores entrevistados e devem influenciar as decisões de consumo no futuro. O relatório cita que as organizações devem ficar atentas a essas questões e devem considerar investir em empoderar os clientes.
Em novembro de 2020, 70% dos consumidores disseram que seriam mais cautelosos com a limpeza e saúde pessoal quando a pandemia terminasse. Na questão sustentabilidade, 63% disseram que esse tópico seja fundamental ao decidir qual varejista comprar. Em 2021, esses números se mostraram praticamente estáveis com 69% e 60%, respectivamente.
Além disso, o estudo também revelou que 44% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos que tenham embalagens sustentáveis. Essa característica se mostrou mais presente entre os entrevistados da geração Z, com 64%, e dos millenials, com 54%. No caso de gerações mais velhas, como os Boomers, apenas 30% estaria disposta a pagar mais caro por embalagens sustentáveis.
Metodologia
O relatório feito pela Capgemini Research Institute contou com a participação de mais de 10 mil consumidores, com mais de 18 anos, e em 10 países ao redor mundo, incluindo Austrália, Canadá, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos.
Para a pesquisa, os consumidores precisaram ser encaixados como “compradores”, o que significa que eles devem ter feito uma compra de produtos alimentares, de higiene pessoal ou saúde e beleza pelo menos uma vez nos últimos seis meses.
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