O setor de varejo foi o segundo que mais recebeu investimentos dos fundos de venture capital (capital de risco) e em private equity no Brasil no último trimestre do ano passado. Entre os setores que receberam aportes, nesse período, o varejo representou 20%. Os dados constam na pesquisa trimestral de consolidação dos dados da indústria de PE e VC realizada pela KPMG em parceria com a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap).
De acordo com o levantamento, o setor de varejo ficou atrás, apenas, do setor financeiro, que garantiu 27%, e ficou na frente da indústria de saúde, farmácia, medicina e estética, com 8%.
Com relação aos investimentos exclusivamente dos fundos de venture capital, as startups de tecnologia ligadas ao setor varejista (retailtechs) receberam 20% dos investimentos dos aportes no último trimestre de 2021. Já as startups financeiras e de seguros (fintechs e insurtechs) fecharam o período com 28% dos investimentos e as do setor de saúde (healthtechs), com 8%.
“Os números de investimento no setor de varejo demonstram que as empresas estão continuamente se adaptando à nova realidade proposta pelo mercado e, consequentemente, pelos consumidores. Os aportes crescentes dos fundos de venture capital são formas de o setor se reinventar em busca da transformação digital para atender cada vez melhor às demandas dos clientes”, argumenta o sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG, Fernando Gambôa.
Os aportes dos fundos de private equity e venture capital em empresas brasileiras alcançaram R$ 53,8 bilhões em 2021, número 128% maior que os R$ 23,6 bilhões investidos em 2020. O crescimento foi impulsionado pelos investimentos de venture capital em startups brasileiras, que atingiram a marca histórica de R$ 46,5 bilhões em 2021. Este é o quarto ano consecutivo em que a cifra bate recorde. O volume do ano passado foi 219% superior ao registrado em 2020, quando somou R$ 14,6 bilhões.
“Os fundos e gestores de private equity e venture capital têm sido motores relevantes – talvez os maiores protagonistas – dos investimentos e do desenvolvimento das empresas no Brasil. O volume menor dos private equities pode estar refletindo uma sensibilidade maior à necessidade de reformas estruturais ainda pendentes e incertezas da pandemia ou do futuro econômico. Ainda assim, percebemos muita movimentação recente e uma tendência para novos investimentos, especialmente ligados a empresas ou ativos atentos às práticas de ESG. Merece muito destaque e comemoração a performance dos fundos de Venture Capital que cresceu de maneira exponencial, mesmo com atuação mais recente no Brasil, alavancando muitos negócios de diversos setores e avançando inclusive sobre empresas com maior porte e maturidade”, afirma Roberto Haddad, sócio-líder de Private Equity e Venture Capital da KPMG no Brasil.
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