O rede de atacarejo Assaí Atacadista está aumentando a quantidade de comida doada para organizações sociais e a capilaridade da destinação dos alimentos em todo o Brasil. Neste ano, a meta é superar 2 mil toneladas em quantidade de doações de frutas, legumes e verduras (FLV). O número representa um crescimento de 65% no comparativo com o ano anterior, quando foram doadas 1,2 mil toneladas de alimentos pela empresa a partir do excedente da operação.
Para se ter uma ideia do quanto isso representa, a quantidade é suficiente para contribuir com mais de 4 milhões de pratos de comida e beneficiar quase 300 mil famílias.
Com o nome de “Programa Destino Certo”, a estratégia atua em duas frentes: no combate à fome, porque as doações chegam a comunidades em situação de vulnerabilidade. E também na redução do desperdício de comida, porque traz uma segunda chance a itens que foram rejeitados esteticamente no momento da venda, mas que estão próprios para consumo.
Os esforços do Assaí se concentram em consolidar parcerias com organizações que atuam na redistribuição de alimentos. As parceiras mapeiam comunidades em situação de vulnerabilidade nos Estados onde a empresa conta com lojas, entendem quais são as suas demandas por alimentos, e também operacionalizam para que as doações aconteçam. Com isso, abrem os caminhos a pequenas organizações da sociedade civil que precisam do apoio, mas que, por vezes, esbarram em entraves de naturezas diversas, como cadastral, logística, ou jurídica, e que de outra forma não conseguiriam ter acesso aos alimentos.
“O cenário da fome no Brasil é crítico. Em menos de dois anos de pandemia, retrocedemos três décadas em segurança alimentar. No Assaí, entendemos que combater essa situação é uma missão de toda a sociedade. Por isso, temos buscado meios para ampliar a nossa atuação enquanto um agente transformador e contribuir com a ampliação do nosso programa de doações para além dos bancos alimentares – que em geral já são mais estruturados. Com as parcerias com empresas de redistribuição de alimentos, conseguimos atingir também organizações muito pequenas, como casas de acolhimento comunitárias, que precisam do apoio, mas às vezes não têm uma pessoa que possa fazer a retirada das doações ou condições de armazenar as entregas, por exemplo”, explica Sandra Vicari, diretora de Gestão de Gente e Sustentabilidade do Assaí Atacadista.
Foodtech de impacto social
Uma das empresas responsáveis por realizar essas conexões é a Connecting Food – foodtech de impacto social que iniciou e desenvolveu um processo inteligente para essa gestão a partir de 2017, exatamente a partir das operações como a do Assaí.
Além de mapear as comunidades em situação de vulnerabilidade (o que inclui até mesmo visitas presenciais de verificação), a Connecting Food também atua de maneira muito próxima com os times de cada loja, realizando treinamentos para a triagem dos alimentos e estabelecendo uma rotina de coleta das doações. Com o uso de tecnologia, permanece responsável pelo monitoramento de todo o processo para garantir as entregas as entregas às organizações sociais, enquanto o Assaí mantém a continuidade de fornecimento dos alimentos.
“A gestão inteligente de redistribuição de alimentos excedentes da Connecting Food traz segurança, visibilidade e os dados necessários para que as doações de alimentos ocorram de forma regular e com alto grau de eficiência em cada loja. Com isso, o Programa Destino Certo se torna uma iniciativa de impacto social com resultados comprovados na prática, pois milhares de pessoas são beneficiadas com o acesso a alimentos de alto valor nutricional diariamente, uma inspiração para o segmento do varejo alimentar brasileiro”, avalia Alcione Pereira, fundadora e CEO da Connecting Food..
Em 2022, a quantidade de organizações atendidas pelo “Programa Destino Certo” irá aumentar de 116 para 200, o que hoje leva as doações até 23 Estados brasileiros e o Distrito Federal – regiões onde o Assai está presente. Até o fim deste ano, a previsão é que 185 lojas do Assaí estejam atuando em parceria com uma empresa de gestão de redistribuição dos alimentos, o que irá contribuir para alcançar a meta de 2 mil toneladas doadas. As novas lojas resultantes da expansão da Companhia serão gradativamente incluídas no Programa, ampliando a capacidade de volume doado a cada ano.
Instituições atendidas
Entre algumas das organizações contempladas com a expansão do “Programa Destino Certo”, estão a CasaNem, sediada no bairro do Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), e a Fundação Julita, localizada na Região da Zona Sul da cidade de São Paulo (SP).
Com atuação desde 2016, a CasaNem é um centro de acolhimento para pessoas LGBTQIAPNB+ em situação de vulnerabilidade social. Além de acolher, a organização busca também qualificar o público atendido com cursos e oficinas. “Começamos a receber as doações do Programa há cerca de um mês, o que tem sido de grande ajuda para nós. Com os alimentos doados, conseguimos diminuir os gastos da instituição com insumos necessários para a alimentação das pessoas acolhidas. Com isso, o valor economizado com esses itens é direcionado à ampliação dos cursos oferecidos, como ateliês de corte e costura, preparação para o vestibular, curso de inglês, entre outros”, explica Indianarae Siqueira, fundadora e coordenadora da CasaNem. São cerca de 500 pessoas por mês impactadas pelo trabalho da organização.
Já a Fundação Julita trabalha há mais de 70 anos com o atendimento a crianças, jovens e famílias em situação de vulnerabilidade da região do Jardim São Luis, na capital paulista. A organização oferece atividades socioeducativas, capacitação profissional e programas de lazer. Cerca de 1.200 pessoas passam diariamente pelo local. “A gente está vivendo um período muito delicado, que afeta justamente os territórios mais vulneráveis. Ao recebermos as doações de alimentos, conseguimos qualificar nossas refeições, trazer variedades e oferecendo um alto valor nutricional. Os alimentos doados perderam seu valor comercial, mas há um grande proveito pela organização. Conseguimos fazer muitas preparações diferentes e de qualidade”, detalha Evelyn Inouye, nutricionista da Fundação Julita.
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