O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País, registrou deflação (queda de preços) de 0,29% em setembro deste ano. Esse foi o terceiro mês seguido de deflação e a menor variação para um mês de setembro desde o início da série histórica, que começou em 1994.
O recuo de preços foi menos acentuado que os observados em agosto (-0,36%) e julho (-0,68%). Os dados foram divulgados hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano, o IPCA acumula altas de preços de 4,09% e, em 12 meses, de 7,17%.
Impacto da gasolina
Quatro dos nove grupos de despesas pesquisados tiveram queda de preços em setembro, com destaque para os transportes, cuja taxa ficou em -1,98% no mês.
“Os combustíveis e, principalmente, a gasolina têm um peso muito grande dentro do IPCA. Em julho, o efeito foi maior por conta da fixação da alíquota máxima de ICMS, mas, além disso, temos observado reduções no preço médio do combustível vendido para as distribuidoras, o que tem contribuído para a continuidade da queda dos preços”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Também apresentaram deflação os grupos comunicação (-2,08%), artigos de residência (-0,13%) e alimentação e bebidas (-0,51%).
Por outro lado, cinco grupos tiveram alta de preços: vestuário (1,77%), despesas pessoais (0,95%), habitação (0,6%), saúde e cuidados pessoais (0,57%) e educação (0,12%).
Confiança do consumidor
Diante da inflação geral começando a ceder (ainda que não seja para todos os grupos de consumo, como no caso da alimentação), a confiança dos paulistanos melhorou, apesar das dívidas – dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) mostram que quase 1 milhão de lares estavam com dívidas em atraso na cidade de São Paulo o mês de setembro. O resultado é um novo recorde para a séria histórica do levantamento, que teve início em agosto de 2010.
Ainda assim, o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), da FecomercioSP, registrou, em setembro, alta de 3,9%, passando de 81,9 pontos, em agosto, para 85,1. É o maior nível desde abril de 2020.
Na análise da FecomercioSP, os números refletem um mercado de trabalho mais aquecido e o início de uma desaceleração da inflação. No entanto, como as famílias estão com muitas dívidas, a melhora na renda e no emprego não tem surtido um efeito imediato no consumo. Além disso, o crédito mais caro e seleto também tem dificultado um avanço maior do ímpeto de ir às compras. Prova disso é o item acesso ao crédito, que avançou 2,9%, mas ainda está na área de insatisfação, com 83,3 pontos.
Com informações da Agência Brasil.
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