“Pés, pra que te quero, se tenho asas para voar?” Com essa bela frase de Frida Kahlo é possível viver um mundo de possibilidades, conhecer novos locais, viajar, pular… Um mundo onde as barreiras se fazem menor, e podemos tornar o tempo virtual mais significativo.
Segundo Sandra Monay, diretora de relacionamentos da Consolidar Diversidade nos Negócios, o metaverso possibilita a sensação de calma para quem precisa através das cores e de paz do seu silêncio necessário. Ele traz uma maneira interativa de educar as pessoas para a importância da inclusão e nos permite repensar a acessibilidade arquitetônica em ambientes compartilhados por pessoas com deficiência e pessoas sem deficiência.
É uma experiencia virtual com possibilidades de mudanças de vieses reais, expandindo o olhar sob uma realidade diferente para a inclusão de pessoas com deficiência em todos os ambientes.
No metaverso, todos podem entrar, ver, viajar, experimentar e viver uma vida sem barreiras. As empresas estão tendo a possibilidade de fazer tudo certo nos novos mundos que estão sendo construídos. Basta querer e se planejar.
Mas afinal, o que é o tudo certo? O tudo certo é projetar algo pensando em todos, em todos os tipos de deficiências, analisando como podemos incluir cada um dos públicos de acordo com as suas particularidades e dificuldades.
Isso sim é incluir de verdade. É fazer algo projetando antecipadamente as possibilidades para todos e, sob o viés da educação, criar formas em que as pessoas com deficiência possam aprender com muito mais facilidade do que no mundo físico que vivemos!
Criatividade sem limites! Isso mesmo. No metaverso, o limite é onde o nosso imaginário quiser ir. Podemos criar o que quisermos, oferecer a experiência imersiva ideal que estaria fora das possibilidades no mundo físico.
O que queremos é que o metaverso seja esse palco, onde todos possam subir para se apresentar e que ele possa servir de modelo para as transformações que precisam acontecer na vida real.
Precisamos de ambientes pensados e construídos para que as pessoas com deficiência sejam acolhidas e possam usufruir sem limitações. Precisamos de cabeças abertas e corações aquecidos para incluir todos que precisam ser incluídos, pois o mundo é para ser vivido e compartilhado entre todos e, mais do que nunca, o tempo da reclusão para pessoas com deficiência já passou.
A Apple capitaneou a criação de uma gama de emojis com tons de pele que saíram do branco. Essa atitude foi muito falada por todo o mercado com um olhar otimista para o futuro.
Se pegarmos um grupo de desenvolvedores que quer trazer a representatividade das pessoas para dentro dos times, com certeza, esse reflexo estará nos produtos que não seguirão o modelo padrão (avatar branco e hétero).
Como já falamos no artigo anterior sobre inclusão, o metaverso traz no seu DNA uma liberdade criativa, com muitas possibilidades, mas que vai exigir das empresas uma política de inclusão robusta, diversidade e equidade não só nos espaços virtuais como dentro dos seus times.
A decisão pela inclusão está muito além de um projeto aprovado pelo conselho da empresa para ser cumprido. A inclusão está nas atitudes, no discurso, no olhar e em todos os níveis da empresa.
Podemos começar pela contratação de um time diversificado e criativo. Trabalhar pelo seu desenvolvimento e incentivá-los a trazerem a inclusão para as rotinas do dia a dia da empresa, principalmente nos times de desenvolvimento de produtos.
Para lembrar, a inclusão é fazer com que pessoas diversas sejam ouvidas e respeitadas. Como anda a sua empresa no processo de criação dessa cultura organizacional?
O mundo é de todos e precisa ser pensado para todos. O metaverso veio como um divisor de águas nesse processo de evolução da humanidade. Queremos um mundo onde todos possam viver na sua plenitude. Daí, sim, vai valer a pena.
Vejo vocês no próximo episódio!
Patricia B. Bordignon Rodrigues é diretora de Marketing e Canais Benkyou.
Imagens: Shutterstock