Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) apontou que entre as 30 cidades que mais cresceram percentualmente por operação de franquias no Brasil, 14 delas não são capitais , ou seja, quase 50%. No ano passado, eram apenas 12. O estudo, intitulado Ranking das 30 Maiores Cidades, avaliou o aumento de unidades de negócio no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Londrina, no interior do Paraná, ficou em primeiro lugar, com uma variação de 15,7%. A cidade apresentou a maior variação entre os municípios listados, passando de 971, em 2022, quando ocupou a 26ª posição do ranking. Em segundo lugar, está Sorocaba, com crescimento de 10,9%, e, em terceiro, Belém, a primeira capital listada, porém, fora do eixo Rio-São Paulo, que cresceu 9,6% na comparação do período avaliado.
Entre as dez maiores cidades, destacam-se em ordem descendente: Brasília (9,5%), Curitiba (9%), Campinas (8,7%), Cuiabá (8,4%), Fortaleza (7,9%), Ribeirão Preto (7,6%) e Santo André (7,6%).
O estudo da ABF apontou que em relação ao total de municípios, as não capitais apresentam crescimento de 9%, enquanto as capitais crescem 5%. Na visão de Tom Moreira Leite, presidente da ABF, “mesmo após a forte expansão de 2022, os dados ratificam a força expansionista do setor de franquias de forma mais ampla por todo o Brasil, de forma descentralizada e associada particularmente à economia do agronegócio, do turismo e acredito também que em razão da atratividade das marcas e de sua capacidade de atender os desejos e as demandas dos consumidores, onde quer que eles estejam”.
Dados inéditos
Pela primeira vez, a pesquisa a fez um recorte sobre a expansão das operações por formato (home based, quiosque, etc.), segmento (alimentação, educação, etc.) e modalidade (microfranquia pura, mista e modelo tradicional).
Este estudo revelou que grande parte da expansão nas 30 cidades rankeadas foi alavancada por unidades móveis, que tiveram um crescimento de 15% na amostra em relação a 2022. O volume de lojas físicas cresceu 8%, quiosques 7% e home based 3%. No parâmetro Segmento, a maior variação foi de Entretenimento e Lazer (32%), seguido de Casa e Construção (14%), Alimentação e Saúde e Beleza e Bem-Estar (13%).
Já no quesito Modalidade, as microfranquias tiveram um crescimento maior, sejam mistas (os dois modelos), aumento de 7%, ou pura (exclusivamente microfranquia), com aumento de 4%. São consideradas microfranquias puras as redes que possuem apenas operações com investimento inicial de até R$ 135 mil. A rede mista possui formatos de operação tanto com investimento inicial até R$135 mil quanto acima de R$135 mil. A modalidade tradicional contempla redes que não oferecem nenhum modelo com investimento inicial até R$ 135mil.
“Aprofundar a capilaridade, seja no interior ou em outras regiões das capitais, demanda adaptações no negócio, seja uma revisão de mix de produtos ou mudanças nas operações das unidades”, observa o presidente da ABF. “Nesse sentido, quando analisamos a amostra das 30 maiores cidades, notamos que modelos microfranquias e móveis tiveram um crescimento mais intenso, auxiliando, assim, as redes em seus planos de expansão. Noto também que o presente grupo capturou um momento de recuperação da área de lazer e entretenimento, muito favorecido por hábitos presenciais mais consolidados”, explica Tom Moreira Leite.
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