A Americanas, em recuperação judicial, teve 5.526 trabalhadores desligados na semana de 27 de novembro a 3 de dezembro deste ano. De acordo com relatório divulgado pela empresa, esses desligamentos contemplam tanto profissionais demitidos quanto aqueles que pediram demissão.
A demissão voluntária, por iniciativa dos funcionários, correspondeu a 306 registros. No mesmo período, houve um total de 359 admissões.
Depois das demissões, o número total de funcionários da Americanas caiu a 33.861 funcionários sob regime de CLT na data-base de 3 de dezembro.
A companhia destaca que seu quadro de funcionários é sazonal por natureza, variando conforme oscilações do mercado de varejo e com picos nas épocas de datas comemorativas, como Páscoa, Black Friday e Natal.
“A Americanas informa que 88% dos desligamentos declarados no relatório semanal ao administrador judicial são referentes às demissões de temporários para a Black Friday. As contratações de curto prazo, como para Black Friday e Natal, são comuns na dinâmica sazonal do varejo e têm como objetivo reforçar a operação nos picos de vendas que ocorrem nas principais datas comemorativas para garantir qualidade e eficiência. A companhia acrescenta que efetivou mais de 300 temporários após o grande evento de novembro”, diz a empresa, em nota.
O número total de lojas, em 3 de dezembro, permanecia em 1.759, correspondendo a 93,4% do período anterior ao deferimento da recuperação judicial. Durante a semana-base deste relatório, não houve nenhuma loja encerrada. A empresa informa ainda que o total de pagamentos na semana somou R$ 438 milhões, enquanto o total de recebimentos somou R$ 604 milhões.
Safra entra na Justiça
Nesta semana, o Banco Safra, que não assinou o acordo firmado entre Americanas e banco credores em novembro, partiu novamente ao ataque e questiona a legalidade do plano de recuperação judicial (PRJ) da rede de varejo. Em petição de 44 páginas nesta segunda-feira, 4, na Justiça, obtida pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), pede a anulação do plano e fala que o acordo com credores tem cinco tentativas de fraude.
O PRJ “encobre ilícitos civis, contábeis e criminais”, destaca a petição dos advogados do Safra, que tem R$ 2,5 bilhões a receber do grupo varejista. Para os advogados, o objetivo claro da Americanas, ao fazer uma “corrida” e tentar aprovar “à fórceps” o plano no “encerrar das luzes de 2023” se dá por conta da busca de benefícios tributários exclusivos, para a própria rede de varejo e “instituições financeiras coniventes com a fraude”. A assembleia de credores está marcada para o dia 19 deste mês.
Na petição, os advogados do Safra questionam “graves ilegalidades” e argumentam que elas podem anular todo o PRJ da Americanas. Neste ponto, mencionam cinco tentativa de fraudes encobertas no acordo firmado entre os credores – Bradesco, Santander, BTG Pactual e Itaú Unibanco.
Com informações de Estadão Conteúdo (Júlia Pestana).
Imagem: Aiana Freitas