As perdas seguradas causadas por catástrofes naturais devem superar a barreira dos US$ 100 bilhões (o equivalente a R$ 490 bilhões) no mundo em 2023, de acordo com estimativa do Swiss Re Institute. Será o quarto ano seguido em que eventos climáticos devem produzir perdas acima deste patamar.
Ao todo, as perdas seguradas no mundo este ano devem somar US$ 108 bilhões, uma queda de 23% em relação ao ano passado. As perdas causadas por catástrofes naturais devem somar US$ 100 bilhões, queda de 25% na mesma base de comparação.
Apesar de indicarem um arrefecimento, ambos os números estão acima da média histórica. Nos últimos dez anos, as perdas seguradas foram de US$ 99 bilhões por ano, enquanto as causadas por desastres naturais somaram US$ 89 bilhões.
O Swiss Re Institute afirma que os números deste ano devem ser impulsionados por uma série de eventos de média intensidade, mas de maior frequência, em especial nos Estados Unidos. Tempestades severas em solo americano já provocaram US$ 50 bilhões em perdas seguradas neste ano, e esse número ainda deve aumentar. Foram ao todo 18 eventos com perdas de US$ 1 bilhão ou mais.
Em todo o mundo, as perdas com tempestades severas devem chegar a US$ 60 bilhões neste ano, recorde histórico de acordo com o estudo. A média dos últimos cinco anos foi de US$ 32 bilhões, e a dos últimos dez anos, de US$ 27 bilhões.
“Para o setor de seguros, os eventos recentes dão padrões robustos para estimar as tendências maiores de perda”, afirma Balz Grollimund, chefe de perigos de catástrofe do Instituto. “Ainda assim, para progredir em um entendimento mais profundo, é importante conseguir melhores conclusões das seguradoras sobre as distribuições da exposição de seguros, e dados detalhados sobre as indenizações.”
O executivo diz ainda que os preços dos seguros têm de refletir de forma adequada as tendências de perdas. Com as mudanças climáticas tornando eventos catastróficos mais frequentes e severos, as seguradoras têm afirmado que os preços de alguns riscos devem aumentar.
“O efeito cumulado de eventos frequentes e de perda baixa, junto com o aumento nos preços do patrimônio e dos custos de reparo, têm um grande impacto sobre a rentabilidade de uma seguradora em um prazo mais longo”, afirma Jérôme Jean Haegeli, o economista-chefe do Grupo Swiss Re.
Ainda assim, o Instituto enxerga uma oportunidade para o setor. Segundo as estimativas, apenas 40% das perdas econômicas vistas neste ano, seja por catástrofes ou pela ação humana, devem ter cobertura securitária, o que indica espaço para que as empresas cresçam.
Com informações de Estadão Conteúdo.
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