Governo de São Paulo reconhece crise hídrica e anuncia investimentos

A estimativa é abastecer 2,1 milhões de habitantes que vivem em municípios onde não há sistema de água implantado

Governo de São Paulo reconhece crise hídrica e anuncia investimentos

Sistema Cantareira, o maior do Estado, está operando abaixo de 30% da sua capacidade total

O secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do governo de São Paulo, Marcos Penido, reconheceu nesta quinta-feira (7), durante o lançamento do Programa Água é Vida, que o Estado vive uma situação de crise hídrica. “(Estamos) vivendo hoje uma situação de crise hídrica”, disse o secretário, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.

No mesmo evento, o presidente da Sabesp, Benedito Braga, pediu à população que seja feito o uso racional da água, mas salientou que a situação encontra-se sob total controle e com avaliação diária.

Atualmente, o Cantareira, maior sistema de reservatórios do Estado, está operando abaixo de 30% da sua capacidade total. Diante desse cenário, a Sabesp reduziu recentemente a captação de água dos reservatórios.

O governador João Doria, presente no evento, também anunciou investimentos de aproximadamente R$ 400 milhões em ações com o propósito de combater a crise hídrica no Estado. Segundo o secretário Marcos Penido, mais de 200 municípios não são abastecidos pela Sabesp. Com o projeto, a estimativa do governo estadual é abastecer 2,1 milhões de habitantes que vivem em municípios onde não há sistema de água implantado.

“Vamos fazer um trabalho nos municípios que não são atendidos pela Sabesp, principalmente os municípios com menos de 50 mil habitantes, para que possamos garantir, através da perfuração de poços, da execução de barragens, da preservação dos mananciais, do desassoreamento dos rios e proteção das nascentes, fazer a garantia que os municípios estejam mais resilientes, e mais fortes para enfrentar períodos de estiagem”, disse Penido.

Impacto na inflação

Nesta semana, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para baixo o PIB industrial para 2021, de 6,9%, estimado em julho, para 6,1%. A nova previsão foi puxada pela menor expectativa de crescimento da indústria de transformação, de 8,9% para 7,9%. O setor representa 54% da Indústria Total. A revisão para cima do crescimento da indústria da construção, que tem participação de 24% no setor, ainda mitigou a revisão para baixo do PIB do setor.

O documento prevê que o PIB brasileiro deve expandir 4,9%, o que indica uma estabilidade em relação às estimativas anteriores. A estabilidade é justificada pela falta de alteração das expectativas mais favoráveis do setor de serviços, com o bom desempenho de tecnologia da informação, logística e serviços técnico-profissionais, além da previsão de recuperação dos serviços prestados às famílias.

Segundo o levantamento, a inflação é o maior problema atual, visto como destaque entre os desafios imediatos da economia – e a crise hídrica está entre eles.

“São vários os fatores afetando a inflação: a desorganização das cadeias de suprimentos gera pressão sobre os preços de bens industriais; a crise hídrica eleva os custos com energia; a alta nos preços das commodities e a desvalorização da taxa de câmbio elevam os preços de alimentos e combustíveis; e a progressiva normalização do consumo de serviços pelas famílias eleva, aos poucos, os preços de serviços. Em suma, todos os componentes do IPCA estão contribuindo pela alta da inflação, que recentemente chegou a dois dígitos em 12 meses”, destaca a CNI.

Com informações de Estadão Conteúdo (Vinícius Alves)
Imagem: Divulgação/Sabesp

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